Após circular por diversos palcos nacionais, a história de cinco crianças insones que tiveram seus sonhos ‘roubados’ chega ao país do tango e do bife de chorizo, a Argentina. Produzida pela companhia amazonense Buia Teatro, a opereta “Cabelos Arrepiados” integra a programação do 12º Festival Internacional de Teatro de Córdoba para a Infância e Juventude, que acontece de 02 a 06 de outubro na cidade homônima.
O espetáculo infantojuvenil será apresentado nos dois primeiros dias do evento, que conta com uma lista de 28 obras selecionadas. O coletivo independente da região Norte é o representante do Brasil na edição, ao lado de companhias argentinas e de outros cinco países (Espanha, Itália, França, México e Chile).
Diretor do espetáculo e fundador da Cia Buia Teatro (em parceria com a atriz, figurinista e artista visual Maria Hagge, que compõe o elenco e também assina o figurino), o artista Tércio Silva pontua que é uma honra participar pela primeira vez do Festival, ainda mais como convidados.
“Depois de conhecer nosso trabalho, a curadoria do Festival nos procurou para fazer o convite. Ficamos muito felizes por essa troca e itinerância tão necessária, que sempre enriquece nossa arte. Sem contar que nossa trupe nunca participou de um evento na Argentina. Só temos a agradecer por essa oportunidade”, detalha.
LEIA TAMBÉM: “O Fantasma da Ópera” chega ao Teatro Amazonas
Experiência mágica no Teatro
Encenada desde 2021, a peça criada pelo Buia Teatro conta com texto da dramaturga carioca Karen Acioly e já circulou por diversos estados brasileiros neste ano, especialmente agora que compõe a 26ª edição do Palco Giratório, um dos mais consolidados festivais culturais do país, criado e realizado pelo Serviço Social do Comércio (Sesc), que alcançará 80 cidades brasileiras até dezembro.
A opereta mistura fantasia, perigos reais e hipotéticos, humor e soluções inusitadas, compreendendo as vivências de crianças na sociedade contemporânea. Na história, os pequenos são privados de sono e enfrentam os medos gerados pelos maus pensamentos, ao mesmo tempo em que refletem sobre amizade, união fraternal, diálogo com os pais e os perigos da destruição do meio ambiente e do consumo desenfreado.
Para embelezar ainda mais a montagem, músicas originais compostas pelo talentoso amazonense Jeferson Mariano fazem parte da trilha e a cenografia conta com um palco giratório, inspirado no universo da patafísica (ciência das soluções imaginárias) de Alfred Jerry. Formas animadas, criadas pelos artistas Cleyton Diir e Dante, também potencializam a atmosfera onírica dos sonhos.
Segundo Tércio, o convite para participar do 12º Festival Internacional de Teatro de Córdoba para a Infância e Juventude traz validação ao teatro do Amazonas e à sua qualidade, bem como garante mais visibilidade aos talentos da terra.