Nos próximos três anos, o Polo Industrial de Manaus deve abrir mais de 3,5 mil vagas para profissionais de nível médio técnico em seis áreas com maior demanda. A estimativa faz parte de uma pesquisa recente divulgada pela Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam), Centro das Indústrias do Amazonas (Cieam) e a Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH).
Segundo o levantamento, os cursos técnicos com mais vagas e o quantitativo máximo estimado para cada área são: Mecânica (478 vagas); Eletrônica (611); Elétrica (531); Automação (664); Química (531); Informática (771). O total esperado para os três anos é de 3.587 novas vagas.
Para a diretora-presidente do Centro de Ensino Técnico (Centec), Eliana Cássia de Souza, o dado reafirma uma tendência já observada na procura de estudantes por formações técnicas. A escola completa, em 2024, 15 anos de atuação em Manaus e oferece mais de 30 cursos, dentre auxiliares, técnicos, de especialização técnica e capacitação profissional.
“O número de alunos interessados em um curso técnico cresce a cada dia. Em 2023, formamos mais de 2 mil profissionais e esperamos ultrapassar essa margem ao final deste ano. Para isso, estamos sempre atentos à demanda do mercado de modo a contribuir com a formação de profissionais que, de fato, serão demandados pelos diferentes setores”, comenta.
O estudo também traz dados do histórico de demanda que revelam quais cursos reduziram a necessidade de mão de obra e quais viram esse número crescer nos últimos anos. Em 2012, os dois profissionais mais demandados eram os técnicos em Mecânica e Eletrônica. Hoje, estão na frente Informática e Automação.
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“Todos os profissionais citados são importantes para o funcionamento da indústria. Ocorre que o avanço das tecnologias faz com que determinadas áreas ganhem maior projeção e precisem de mais profissionais nas empresas. O setor de tecnologia da informação é um ótimo exemplo, considerando a indústria 4.0, a inteligência artificial e outros recursos similares”, comenta Eliana.
Conhecimento abre portas na indústria
A pesquisa com a indústria também evidenciou que não basta ter o diploma de nível técnico ou superior, já que os setores de recursos humanos das empresas apontaram dificuldades na contratação de profissionais qualificados.
Os dois problemas mais comuns são a falta de profissionais com conhecimentos específicos (17% das citações) e a fluência em línguas estrangeiras insuficiente (15%). Também citaram qualificação técnica acadêmica insuficiente (13%), falta de profissionais com experiência prévia (9%) e aspectos comportamentais inadequados (8%).
Para a diretora-presidente do Centec, os dados revelam a importância de uma formação que não se prenda aos aspectos técnicos do profissional, mas trabalhe as chamadas habilidades comportamentais e incentive a busca por mais conhecimento.
“Temos como disciplinas básicas em todos os nossos cursos o ensino de humanização e psicologia no ambiente de trabalho, porque entendemos que as empresas procuram não apenas as habilidades técnicas, chamadas hard skills, mas também as comportamentais, soft skills. Ambas precisam estar presentes na formação do aluno”, afirma.
Para além da remuneração inicial que varia com cada profissão, a pesquisa também apontou quais os benefícios mais comuns oferecidos pelas empresas do Polo Industrial. Os mais citados foram plano de saúde (21%), plano odontológico (17%), creche ou escola para dependentes (16%), auxílio aprendizado – novas línguas (10%) e flexibilidade de home office (9%).