As aulas em 27 escolas da Prefeitura de Manaus, localizadas na zona ribeirinha do rio Negro, iniciaram nesta segunda-feira, 10/1, para mais de 2 mil alunos. As unidades possuem um calendário diferenciado devido aos fenômenos naturais da cheia dos rios e vazante. Em razão disso, as atividades começam em janeiro e são concluídas em outubro.
No total, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) conta com 29 unidades de ensino no rio Negro, mas duas passam por reformas e só devem retornar, de forma presencial, ao final deste mês. As escolas atendem crianças da educação infantil, ensino fundamental 1 (1º ao 5º ano) e 2 (6º ao 9º ano), Educação de Jovens e Adultos (EJA) e indígenas.
De acordo com a chefe da Divisão Distrital Zonal (DDZ) Rural, Rosa Denize, o prefeito David Almeida e o secretário municipal de Educação, Pauderney Avelino, tiveram um olhar diferenciado para os alunos da zona ribeirinha e promoveram várias melhorias para os estudantes.
“Este ano será maravilhoso para os nossos alunos. Em 2021, o prefeito David e o secretário Pauderney realizaram várias melhorias na educação das crianças, como as lanchas escolares, que estavam paradas há mais de quatro anos e foram reformadas, além de organizar as escolas para receber da melhor forma os nossos alunos. Nossa expectativa é grande para este ano letivo”, destacou Rosa.
O horário das aulas acontece normalmente como na zona urbana, das 7h às 11h e das 13h às 17h, mas cada unidade de ensino tem autonomia para modificá-lo, desde que cumpra as quatro horas de aula.
A gestora da escola municipal Canaã 2, na comunidade Julião, no rio Tarumã, ÉriKa Souza, comentou sobre o compromisso de toda equipe pedagógica em desenvolver um trabalho de qualidade para os alunos. A unidade atende 64 crianças, entre maternal 3, educação infantil e ensino fundamental 1 e 2.
“Para esse primeiro dia de aula nós organizamos atividades diferenciadas. Foram praticamente dois anos com aulas remotas, devido a pandemia, por isso nossa equipe pedagógica está empenhada em fazer um trabalho de qualidade”, disse Érika.
Transporte
Cada escola possui uma lancha escolar que busca os alunos em casa. A embarcação tem capacidade para transportar 20 crianças e todas são equipadas com coletes salva-vidas. A novidade deste ano é que pela primeira vez um monitor acompanha as crianças até chegar à escola.
Marcos Barbosa, pais dos alunos Luan, 14, 9º ano, e Rebeca Lima Monteiro, 10, 4º ano, diz estar muito feliz com o retorno das aulas. “Ver os meus filhos voltarem a estudar é ter a certeza que eles terão um futuro melhor, que serão cidadãos de bem. Ver um filho formado é uma realização pessoal, já que eu não tive essa oportunidade”, declarou Marcos.
A aluna do 9º ano, Gracyanne Coelho, 14, também falou sobre o retorno das aulas presenciais.
“Essa volta está sendo bem legal, ficar em casa muito tempo acaba atrapalhando nossos estudos, eu mesma de férias estudava. Esse é o meu último ano, daqui a pouco começo o ensino médio e logo estarei na faculdade, quero ser médica e para isso preciso estudar muito. Espero que este ano seja muito bom e com bastante aprendizado”, comentou a aluna.
Diferencial
O calendário é amparado pelo artigo 23, da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), e visa não só a garantia dos 200 dias letivos e 800 horas previstos pela lei, para que os alunos não tenham prejuízo na aprendizagem, como também a aproximação da realidade escolar às peculiaridades das comunidades que vivem na floresta, às margens dos rios, tornando a aprendizagem significativa e valorizando amplamente a cultura local.
A DDZ Rural é composta por 84 unidades de ensino, que atendem ao ensino fundamental, sendo 36 escolas da rodoviária; 19 unidades no rio Amazonas e 29 escolas no rio Negro, totalizando 12.603 alunos, enturmados de acordo com a especificação: educação infantil, ensino fundamental dos anos iniciais (1º ao 5º ano), finais (6º ao 9º ano) e na Educação de Jovens e Adultos (EJA).