O governador Wilson Lima disse, nesta sexta-feira (16/02), que a exploração do campo do Azulão e a declaração da Eneva da existência de condições comerciais dos campos em Silves e Autazes devem impulsionar a geração de mais de seis mil empregos no estado. O setor vive o frisson de novos investimentos desde 2021, com a quebra do monopólio do mercado de gás, enfatiza o governador.
O anúncio da comercialidade dos dois novos campos – Campo de Tambaqui e Azulão Leste – feito pela Eneva à Agência Nacional do Petróleo (ANP) formaliza o fim da fase de exploração e o início da fase de desenvolvimento da produção pela empresa nas áreas. A Eneva, que já explora comercialmente o campo de Azulão, em Silves, vai apresentar à ANP os planos de desenvolvimento da exploração comercial dos dois novos campos.
Convidado para o anúncio da Eneva, Wilson Lima destacou que dos 6 mil novos empregos nas operações da empresa, até mil são apenas com as campanhas sísmicas de investigação subterrânea dos novos campos, com investimento privado de até R$ 350 milhões. Outros 5 mil empregos diretos e indiretos chegarão a ser gerados com o auge das obras do complexo Azulão 950, também em Silves, formado por duas usinas em construção, com investimento privado de R$ 5,8 bilhões.
O governador ressaltou, ainda, que a ANP reconhece o Amazonas como o estado que possui a maior reserva de gás em terra do país, algo em torno de 40 bilhões de metros cúbicos de poços já provados, com potencial para alcançar 100 bilhões de metros cúbicos. Segundo Wilson Lima, a exploração das reservas precisa se reverter em benefícios para a população.
“O anúncio que a Eneva dá é resultado de todo o esforço que vem sendo feito para que a gente possa efetivamente ter uma matriz econômica segura”, afirmou o governador. “Quando a gente fala em geração de emprego, a gente não está falando apenas desses empregos que estão sendo gerados direta e indiretamente por esse empreendimento, mas tem aqueles empregos que são induzidos”, completou.
Na ocasião, o governador também ressaltou o avanço da utilização do gás natural em residências, indústrias e veículos, superando mais de 17,4 mil unidades consumidoras (UC’s) contratadas; seis postos de combustíveis em operação com gás natural veicular (GNV); e a rede de distribuição de gás natural (RDGN), que já possui 281 quilômetros de extensão, abrangendo mais de 20 bairros da capital.
Wilson Lima lembrou ainda a quebra do monopólio do gás natural realizada, em 2021, ao sancionar a Lei do Gás, de autoria do Governo do Amazonas e aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado (Aleam), estabelecendo um novo marco legal do serviço de distribuição e comercialização e se apresentando como uma nova alternativa de matriz econômica para o estado, paralela à Zona Franca de Manaus.
Eneva já opera Campo do Azulão
Maior operadora privada de gás natural em terra brasileira e empresa integrada de energia, a Eneva já opera no campo do Azulão, em Silves, onde o gás natural extraído é liquefeito e levado em carretas criogênicas até Boa Vista (RR), onde é responsável por 70% do abastecimento da única capital não interligada ao Sistema Interligado Nacional (SIN) por meio da termelétrica Jaguatirica II.
O Projeto Azulão 950 consiste na instalação de duas usinas termelétricas (UTEs) a gás natural em Silves, utilizando combustível da Bacia do Amazonas. Com capacidade instalada de 950MW e escoamento a ser feito pelo SIN, a energia gerada será suficiente para abastecer mais de 3,7 milhões de residências em todo o Brasil, a partir do final de 2026.
Com os novos campos, firma-se o marco da primeira descoberta comercial de petróleo e gás natural no Estado nos últimos 20 anos, já que a última vez que isso aconteceu foi em 2004, quando a Petrobras declarou comercialidade do Campo de Azulão.
“É contribuir com o desenvolvimento socioeconômico de uma região tão rica, que finalmente começa a ter sua própria voz, e trazer o desenvolvimento socioeconômico para as regiões mais pobres do país, como a gente fez no Maranhão há mais de 15 anos. A gente vem replicar essa história de desenvolvimento social com a gestão do gás natural para uma transição energética limpa, segura e, acima de tudo, garantir a segurança energética do Brasil”, disse o diretor de exploração da Eneva, Frederico Miranda.
A Declaração de Comercialidade é uma notificação feita pelo concessionário (neste caso, a Eneva) à ANP anunciando a condição comercial de uma ou mais jazidas descobertas na área de concessão ou partilha, e, em consequência, confirmando a intenção de desenvolvê-la. O ato formal e obrigatório marca o fim da fase de Exploração e o início da fase de Desenvolvimento da Produção de uma área.
A partir das Declarações de Comercialidade, a companhia tem até 180 dias para apresentar à ANP os Planos de Desenvolvimento dos campos, que detalham as atividades a serem realizadas para monetizar as descobertas comerciais.