O ano ainda é 2023, mas o jogo político para as eleições do ano vem já começou e está a todo vapor. As movimentações já correm nos bastidores, mas algumas são compartilhadas nas redes sociais e mostram que políticos com ou sem mandato buscam opinar mais sobre a gestão pública da capital Manaus. Vamos aos exemplos: o deputado federal Amon Mandel (Cidadania) “denunciou o descumprimento da lei do lixo” em Manaus e mirou criticas a gestão do prefeito de Manaus, David Almeida (Avante).
Outro político que quer voltar ao game de olho em 2024 é o ex-deputado federal José Ricardo (PT), que também criticou o prefeito atual em relação ao aterro sanitário que tem sérios problemas e uma ação na justiça pede que a prefeitura faça adequações. O petista tenta convencer o próprio partido de que sua candidatura é viável, mas a missão é difícil.
Ambos são possíveis candidatos e miram em fragilidades de David, que sentiu um arranhão em sua imagem por conta do festival Sou Manaus Passo a Paço, além de problema crônicos da cidade como essa situação do aterro sanitário.
Reaproximação
Um outro exemplo de articulação de bastidor que estampou as redes sociais foi o encontro do ex-deputado federal Marcelo Ramos (PSD) com o senador Eduardo Braga (MDB). Eles já formaram chapa para a disputa do governo do estado na eleição de 2017, após a cassação do então governador José Melo. Porém, essa reaproximação chamou a atenção no meio político.
De acordo com o texto de Ramos, o assunto era a reforma tributária uma vez que Braga é o relator da proposta no Senado Federal. Marcelo Ramos, que hoje ocupa um cargo na Petrobrás, já disse que não quer mais disputar cargos eletivos no Amazonas, mas seu nome é ventilado nos bastidores como prefeiturável.
Braga e Ramos são aliados do presidente Lula (PT) que busca ampliar alianças na capital do Amazonas e recuperar o espaço perdido para o bolsonarismo. O tabuleiro político já está sendo movimentado e o prêmio deste jogo é a cadeira de David Almeida.
David quer festa maior
David Almeida quer manter o mesmo formato do festival Sou Manaus para 2024, que deve ser em junho, por conta da legislação eleitoral. Ele prometeu três atrações internacionais. O que precisará ser contornado, na edição do ano que vem, é a organização e o acesso público, alvo de inúmeras críticas na edição deste ano. Caso contrário, o efeito será o inverso e poderá pesar na campanha de reeleição do político. Neste ano, o Sou Manaus ficou marcado por desorganização, venda de ingressos e briga de decisões no Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM).
Deputado municipal?
O deputado federal Amon Mandel também tem fragilidades neste processo de construção de candidatura para a prefeitura de Manaus. A pauta do deputado federal tem sido, majoritariamente, criticar a atual gestão da prefeitura. Mas ele patina em pautas nacionais com interesses para a região. Um exemplo é a fala de Amon sobre a política para os povos indígenas do governo Lula 3. O parlamentar acusou o petista de usar os povos indígenas como massa de manobra. Entretanto, quando ocupava o cargo de vereador em Manaus foi ‘isentão’ e não fez críticas veementes contra o governo Bolsonaro, sobretudo quando faltaram alimentos e vacinas para os povos indígenas no auge da pandemia de Covid-19.
Extrema-direita em crise, de novo
Nunca a palavra família foi levada tão a sério por aliados do ex-presidente Bolsonaro no Amazonas a tal ponto de gerar um escândalo. Após repercussão negativa, a Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) resolveu exonerar a mãe da deputada estadual Débora Menezes (PL), Edilene Salgueiro de Menezes. Ela exercia o cargo comissionado de Assessora de Diretoria 5 CC-8. De acordo com a tabela de cargos da ALEAM, o salário para quem exerce essa função é de R$ 2.951,82. Débora Menezes é filha do candidato derrotado ao senado em 2022, Cel. Menezes. Ele é amigo pessoal de Bolsonaro e foi expulso do PL, partido do ex-presidente. A extrema-direita segue vendo o seu circo pegar fogo a menos de um ano das eleições municipais.
Ônibus elétrico x falta de infraestrutura
Manaus ganhou o seu primeiro ônibus elétrico que fará a linha 125 (Ufam/ Centro). O anúncio foi feito com toda a pompa pelo prefeito de Manaus, David Almeida, semana passada. Ele chegou a promoter mais 14 ônibus deste modelo até o fim do ano. A inciativa em si é boa, uma vez que Manaus ainda tem ônibus de 2009 soltando fumaça preta nas ruas de bairros da periferia. Porém, essa coluna precisa pontuar situações que passaram desapercebidas pela imprensa e por gestores públicos. Esse modelo de ônibus elétrico tem piso baixo, ou seja, sem escadas e com carroceria mais próxima ao solo, o que de cara evidencia uma inadequação ao atual modelo de paradas e terminais de ônibus da capital, que seguem os padrões do antigo “Expresso”. De acordo com a revista especializada AutoBus, um ônibus elétrico pode custar até R$ 3 milhões. Em outras palavras, não basta o prefeito entregar um ônibus elétrico em um universo de mais de mil coletivos. É preciso que estes veículos estejam conectados à estrutura existente para o transporte público, caso contrário todo investimento será perdido a longo prazo. E quem paga essa fatura somos nós, cidadãos.
Resgate social
O governador Wilson Lima (UB) faz uma ação, nesta segunda-feira (11/09), de regularização fundiária e de reassentamento de famílias das comunidades da Sharp e Manaus 2000. A todo, são 355 títulos definitivos entregues e 22 famílias beneficiárias do Programa Social e Ambiental de Manaus e Interior (Prosamin+) reassentadas. O título definitivo garante juridicamente a propriedade do imóvel e o reassentamento contribui com a retirada das pessoas das áreas de risco.
Gritos dos excluídos
“Você tem fome e sede de quê?”. Esse foi o lema do protesto realizado na última quinta-feira (07/09) em Manaus por movimentos sociais e grupos religiosos ligados à Igreja Católica durante o Grito dos Excluídos. O Grito dos Excluídos e Excluídas é uma convocação nacional realizada há 29 anos e visa contribuir na luta dos brasileiros. A atividade é uma manifestação pública, marcada por temas importantes e latentes no país, como a falta de segurança pública, educação, saúde, moradia, entre outros.