O militar da reserva e colega de partido de Jair Bolsonaro no PL, Ailton Barros, disse saber quem é o mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco, ocorrido há cinco anos, em março de 2018. A afirmação foi feita em mensagem enviada por ele ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente, tenente-coronel Mauro Cid.
Ambos foram presos nesta quarta-feira, 3, na Operação Venire da Polícia Federal, que investiga fraudes em cartões de vacinação de Bolsonaro e pessoas próximas.
De acordo com a PF, a fala sobre Marielle apareceu em conversa interceptada entre Ailton Barros e Mauro Cid no dia 30 de novembro de 2021. As mensagens foram transcritas e incluídas no pedido de autorização da operação ao ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Eu sei dessa história da Marielle toda, irmão, sei quem mandou. Sei a p***a toda. Entendeu? “
AFIRMOU AILTON BARROS, EM MENSAGEM DE ÁUDIO ENVIADA A MAURO CID.
Operação Venire
A fala sobre Marielle, porém, não tem relação com a apuração da PF sobre os cartões de vacina nem com Jair Bolsonaro.
Na mensagem, Ailton Barros comentava sobre Marcello Siciliano, ex-vereador do Rio de Janeiro – que, por ter sido investigado no caso da morte de Marielle e do motorista Anderson Gomes, estaria sendo injustiçado ao enfrentar problemas para emitir o visto de entrada nos EUA.
Marcelo Siciliano é apontado como intermediador de Mauro Cid na inserção de dados falsos de vacinação no Ministério da Saúde.
“De repente, nem precisa falar com o cônsul. Na neurose da cabeça dele [Siciliano], que ele já vem tentando resolver isso [problema do visto] há bastante tempo, manda e-mail e ninguém responde, entendeu? Então, ele partiu para a direção do cônsul [dos EUA no Brasil], que ele entende que é quem dá a palavra final. Mas a gente sabe que nem sempre é assim, né? Então quem resolva, quem resolva o problema do garoto, entendeu? Que tá nessa história [caso Marielle] de bucha. Se não tivesse de bucha, irmão, eu não pediria por ele, tá de bucha”
DISSE AILTON BARROS.