A alopecia é uma condição que provoca a perda capilar em parte da cabeça ou em outras regiões do corpo em homens, mulheres e até crianças, podendo afetar desde uma pequena área até a totalidade do corpo. Segundo estudos publicados estima-se que aproximadamente 42 milhões de pessoas convivem com o distúrbio, que pode ser transitório ou definitivo, e possui diferentes causas possíveis, tipos e graus.
A dermatologista da Fundação Hospitalar Alfredo da Matta (Fuham), unidade da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), Danielle Westphal, que coordena o Ambulatório de Tricologia da fundação, área especializada no estudo dos distúrbios do cabelo e couro cabeludo, explica que existem diferentes tipos de alopecia e tratamentos para cada condição.
“No universo das alopecias, a gente pode dividi-las em dois grandes grupos, as não cicatriciais e as cicatriciais. As não cicatriciais são aquelas que têm uma inflamação e quando tratadas desaparecem ou são controladas, e o folículo piloso, estrutura que está dentro do couro cabeludo, volta a produzir novos fios. Quando temos uma inflamação muito grande e intensa, acometendo determinadas áreas do folículo piloso, pode ocorrer morte folicular e a substituição do folículo por um tecido de cicatriz e nestes casos, onde cai o fio, não cresce mais, são as alopecias cicatriciais”, explica a médica, que é membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia.
De acordo com a dermatologista, o tipo mais comum são as alopecias não cicatriciais, entre elas a androgenética, também conhecida como calvície, queda de cabelos geneticamente determinada; o eflúvio telógeno, condição em que a perda dos fios ocorre depois de uma experiência estressante, como cirurgias, parto e doenças graves; alopecia areata, considerada uma doença autoimune, que ocorre quando o sistema imunológico ataca os folículos pilosos, provocando a queda em formato circular no couro cabeludo.
Diagnóstico e tratamento – A dermatologista enfatiza que o aumento do fluxo da queda dos fios é um sinal de alerta para a alopecia, sendo necessário buscar um profissional para investigar e evitar o agravamento da condição.
“A gente sabe que sempre cai um pouquinho de cabelo por dia, isso é normal, mas a gente tem que ficar atento. Se a gente começa a acordar e vê na cama uma grande quantidade de fios ou quando vai tomar banho percebe que está caindo muitos fios nas mãos, no box ou quando vai pentear, ou até mesmo durante o dia a dia, tem muitos fios desprendidos na roupa, isso são sinais de alerta”, destaca a médica.
Segundo a especialista, a classificação do tipo de alopecia é essencial para direcionar o tratamento para retardar a queda. Em alguns casos, os pacientes fazem o uso de loções ou ainda em forma de comprimidos, como medicações anti-androgênicas ou ainda imunossupressores específicos entre outros e para deficiências nutricionais, a ingestão de suplementos pode ser indicada.
Há também casos em que o implante de cabelos pode representar uma solução estética para a calvície. O tratamento para qualquer tipo de calvície deve ser indicado e acompanhado pelo médico dermatologista.
Assistência – A Fuham conta com o Ambulatório de Tricologia, que disponibiliza à população acompanhamento especializado aos pacientes com problemas capilares, como a alopecia. O atendimento com a equipe multidisciplinar é realizado todas as segundas-feiras, no turno matutino.
Os pacientes são encaminhados via Sistema Nacional de Regulação (Sisreg). Após a triagem, a equipe do ambulatório verifica as necessidades de cada paciente e o direcionamento para o diagnóstico e a linha de tratamento para cada distúrbio capilar.
FOTOS: Rodrigo Santos/SES-AM e Simone Ferreira/Fuham