Uma pesquisa realizada pela Associação Brasileira dos Salões de Beleza (ABSB) mostrou que além da queda geral no faturamento, por conta da crise gerada pela pandemia, essas empresas estão enfrentando grande dificuldade de manter suas equipes de profissionais. De acordo com o levantamento, que comparou informações de 2021 e 2019, cerca de 52% dos profissionais que atuavam em salões passaram a atender clientes em domicílio. Para 66% dos empreendedores entrevistados, houve uma redução no número de pessoas que atuam nos salões de beleza em relação a 2019.
O presidente da ABSB, José Augusto Nascimento, afirma que a reposição de mão de obra é um problema que deve ser acompanhado de perto pela associação. “Isso é ruim para a economia, para o salão e para o profissional, que fica desassistido. Não é bom também para quem recebe o atendimento domiciliar, porque ele deixa de contar com a segurança adequada. O salão de beleza é um local seguro, é onde o cliente tem experiências inovadoras, onde há uma fiscalização efetiva, tanto da prefeitura quanto dos sindicatos”, reforça.
A coordenadora nacional de Beleza e Cosméticos do Sebrae, Andrezza Cintra Torres, destaca que vários aspectos podem ajudar a reter esse funcionário na empresa, como a garantia do cumprimento de medidas de segurança sanitárias adequadas, a facilidade de gestão e até mesmo o posicionamento da marca.
“O espaço de embelezamento e bem-estar precisa cuidar dessa gestão: o agendamento, a gestão financeira e tributária, o estoque, manutenção e atualização de equipamentos. Esses sao serviços essenciais e muito importantes para o profissional e que ele não tem quando está atuando de maneira independente. Ele fica sobrecarregado com outras questões relativas à sua atividade e o espaço do salão de beleza, barbearia, estética faz isso muito bem. Temos aí um poder de atratividade por meio desse serviço que é prestado e em outros aspectos, como o clima de trabalho, a sensação de pertencimento, de time, de equipe.
Além disso, ao atuar no salão, o profissional usufrui do bom nome da empresa, um nome que seja reconhecido pelos clientes e tenha um bom posicionamento de marca”, argumenta Torres.
Faturamento em baixa
Os donos de salões de beleza também amargaram uma redução no faturamento nos últimos dois anos. Em dezembro de 2021, um total de 20% dos empresários faturou 30% a menos do que no mesmo período de 2019; enquanto outros 18% registraram números 40% menores quando comparados à fase pré-pandemia.
Já o faturamento integral de 2021 também obteve um resultado abaixo do registrado em 2019, segundo o levantamento da ABSB: 21% dos pesquisados tiveram 30% de diminuição nesse índice; e, para 35% dos entrevistados, a queda foi ainda pior, de 40%.