Atenção em sala de aula, rotina organizada e menos pressão emocional foram alguns dos fatores decisivos apontados por estudantes amazonenses que conquistaram aprovações de destaque em 2025, incluindo primeiros lugares na Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e aprovação na Universidade de Stanford, nos Estados Unidos, uma das melhores e mais difíceis universidades do mundo. As experiências ajudam a entender o que pode fazer a diferença para quem tem o vestibular de 2026 como meta.
Com histórias diferentes, mas desafios semelhantes, os três alunos do Colégio Connexus mostram que não existe fórmula mágica para passar no vestibular. Existe método, constância e um processo de formação construído ao longo do tempo.
Aos 16 anos, Valentina Campos Leitão conquistou em 2025 o 1º lugar em Direito na UEA (Macro) enquanto ainda cursava a 2ª série do ensino médio. O resultado surpreendeu a própria estudante, que fez a prova mais como teste do que com a expectativa real de aprovação.

“Pode parecer óbvio, mas prestar atenção de verdade nas aulas foi o que mais me ajudou. É ali que você absorve muito conteúdo e consegue tirar dúvidas direto com os professores”, afirma.
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Valentina não fez cursinho pré-vestibular. Em casa, a preparação consistia em revisar conteúdos, reforçar pontos de dificuldade e resolver provas anteriores. Segundo ela, o fato de passar grande parte do dia na escola ajudou a criar uma base sólida. “Eu já passava muitas horas estudando no colégio. Então pensei: se eu aproveitar bem esse tempo, isso já é metade do caminho.”
Ao longo da trajetória escolar no Connexus, Valentina relata ter encontrado professores acessíveis, abertura para diálogo e incentivo à autonomia — fatores que, segundo ela, contribuíram para que o estudo não fosse apenas mecânico, mas compreendido.
Disciplina e esforço
Victor Martinelli Fonseca, de apenas 15 anos, foi ainda mais precoce. Em 2025, ficou em 1º lugar em Ciências Econômicas na UEA ainda na 1ª série do ensino médio. Ele conta que a virada de chave aconteceu quando percebeu que facilidade para aprender não seria suficiente para alcançar resultados mais altos.

“O que mudou tudo para mim foram duas palavras: disciplina e esforço”, resume.
Victor passou a montar um plano de estudos próprio, no papel, organizando o que estudaria a cada dia e respeitando momentos de descanso. Também abriu mão de parte do lazer nos períodos mais próximos da prova.
“Antes eu trocava o estudo por outras coisas. Depois entendi que, se quisesse algo diferente, precisava mudar minha rotina.”
Para a mãe, a engenheira química Fabiana Martinelli Fonseca, a escola ajudou a transformar facilidade em método. “Ele sempre teve aptidão, mas foi nesse ambiente de simulados, olimpíadas e autonomia que ele entendeu que precisava se organizar para alcançar resultados maiores”, afirma.
Processo de preparação começa muito antes
Diferentemente dos vestibulares tradicionais, a aprovação de Eli Minev Benzecry, 18, não foi resultado de uma preparação concentrada em poucos meses. Trata-se de uma trajetória construída desde a infância, a partir de um interesse genuíno pela ciência, pela Amazônia e pelo papel da pesquisa acadêmica como ferramenta de transformação social.

Segundo a mãe, a empresária Ilana Minev, o desejo de estudar fora surgiu cedo, mas sempre esteve conectado a um propósito maior. “Ele cresceu em uma família que valoriza muito a região e sempre teve contato com os desafios e as oportunidades da Amazônia. Isso foi moldando o olhar dele”, conta.
Ao longo do ensino médio, esse interesse se traduziu em ações concretas: participação em feiras científicas, projetos de pesquisa com apoio do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e dois anos de convivência semanal com pesquisadores em ambientes de ciência avançada. Em uma das experiências de campo, transformou um antigo campo de futebol em um sistema agroflorestal, iniciativa que despertou reflexões sobre segurança alimentar e desenvolvimento sustentável em comunidades do interior do estado.
A notícia da aprovação em Stanford veio em dezembro. “Esse é um processo longo e bastante desafiador, que não se constrói em pouco tempo. É fundamental estar em uma escola e contar com uma consultoria que realmente apoiem ao longo do caminho, como foi o meu caso com o Connexus e a Estudar+. Também é importante não enxergar esse percurso apenas como um destino final, focado no resultado, mas aproveitar o caminho até chegar lá, porque isso enriquece a experiência e pode melhorar o próprio desempenho”, explica Eli.
Em Stanford, ele poderá escolher o curso ao longo da graduação, mas adianta que a área de Economia tende a ser o caminho natural, justamente por permitir a conexão entre ciência, desenvolvimento e impacto social — temas que acompanham sua trajetória desde o início.
Fazer o que gosta também conta
Outro ponto destacado pelos estudantes é a relação com o processo de estudo. Nenhum deles descreve a preparação como algo baseado apenas em pressão ou obrigação, mas como uma construção gradual, que exige constância e envolvimento real com o que está sendo aprendido.
Para a psicoterapeuta Dani Batista, mãe de Valentina, o apoio emocional é decisivo nesse percurso. “O nosso papel como pais é dar paz para esses jovens. Pressão excessiva atrapalha mais do que ajuda.”


