A baixa adesão à vacina contra a febre amarela e a ausência de um plano efetivo da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) para reverter o quadro acendem o alerta em Manaus. Apesar da ampla disponibilidade de doses, a capital registra apenas 77,45% de cobertura vacinal entre crianças com menos de 1 ano, segundo dados da Fundação de Vigilância em Saúde Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP) e da própria Semsa — percentual bem abaixo da meta nacional de 95% definida pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI).
Entre janeiro e agosto, foram distribuídas 275 mil doses da vacina, o que reforça que o problema não está na oferta do imunizante, mas na execução das ações de imunização e mobilização da população. A defasagem compromete a proteção coletiva e deixa a cidade vulnerável ao ressurgimento da doença.
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Diante desse cenário, o Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM) encaminhou recomendação à Semsa cobrando providências urgentes. A medida é assinada pela promotora de Justiça Luissandra Chíxaro de Menezes, titular da 58ª Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos à Saúde Pública (PRODHSP).
Na portaria, o MP destacou a ausência de um plano operacional detalhado com metas mensais e estratégias para identificar e vacinar as 6.271 crianças não imunizadas no município. “A Semsa, em sua mais recente manifestação, embora demonstre possuir as ferramentas de tecnologia da informação para identificar a população não vacinada, não apresentou um plano operacional detalhado para a busca ativa e vacinação desse contingente”, afirmou a promotora.
O MP determinou que a secretaria apresente um plano de ação municipal detalhado e realizável, contendo metas progressivas para alcançar 95% de cobertura até 31 de dezembro de 2025, um plano de busca ativa, especificando como as doses serão aplicadas com urgência nas crianças não vacinadas, entre outras coisas.

