O prefeito de ApuÃ, Marquinho da Macil, afirmou, nesta quinta-feira (2), que até agora o Governo Federal não respondeu a proposta de moratoria ambiental feita por prefeituras de dez municÃpios do Sul do Amazonas e assim criar o clima certo para acabar com operações de repreensão a agricultores destes municÃpios.
“Nós propusemos que o governo diga qual o tamanho do prejuÃzo ambiental que cada proprietario deu e estabeleça um tempo para que possamos recuperar o meio ambiente. De nossa parte ficamos obrigados a não desmatar mais nem um metro”, explicou Marquinho da Macil, revelando que o acordo foi inspirado em outro assinado com a prefeitura de Paragominas, um dos municÃpios mais devastados pela ação humana e a pecuária bovina. “Lá a situação é feia mesmo, o arco do fogo destruiu tudo. Nós não, Apuà está com mais de 90% de sua área de floresta preservada”, garante o prefeito.
A expectativa dos prefeitos era favorável após encontros com a ministra-chefe da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffman, e o segundo dela na pasta, André Ceciliano, e o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa.
“A conversa com eles foi muito boa, mas tem uma senhora magrinha que é contra, quer a floresta de volta para os macacos”, afirma Marquinho, sem citar o nome da ministra do Meio Ambiente, Marina Silva.
A mobilização dos prefeitos do Sul do Amazonas foi organizada após uma ação de repressao do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que destruiu currais e imóveis de pequenos proprietários ao cumprir um mandato contra um grande criminoso ambiental que não estava no municÃpio no dia da ação.
“Olha, ninguém sabe quem é essa pessoa que realmente desmatou a floresta, mas como eles não encontraram nada na propriedade dele, começaram a destruir as propriedades vizinhas. Nós tivemos que pagar aluguel social para os que perderam as casas”, afirmou o prefeito.
Apesar de defender os pecuaristas do municÃpio, cuja vocação para essa atividade começou nos primórdios do municÃpio, a prefeitura de Apuà está incentivando a migração deles da criação de bovinos para a plantação de café da espécie robusta.
“Eles vão ganhar muito mais, ter menos trabalho. Um hectare dá para plantar café e tirar uma renda quatro vezes maior do que colocar nesse hectare 12 bois. Mas a tradição do municÃpio é essa, só vai mudar aos poucos”, explicou Marquinho.