A falta de adesão aos tratamentos medicamentosos tem sido chamada por especialistas de uma “epidemia invisível”. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que menos de 60% dos pacientes com diabetes e menos de 40% dos hipertensos seguem corretamente as prescrições médicas. O cenário agrava o quadro de saúde de milhões de pessoas e eleva os riscos de complicações graves.
A adesão ao tratamento é fundamental no controle de doenças crônicas, porque ajuda a prevenir complicações graves e a melhorar a qualidade de vida. Além disso, em um cenário de aumento na incidência dessas condições médicas, é ainda mais importante reforçar esses cuidados para evitar sobrecargas nos sistemas de saúde.
“A não adesão pode levar à piora dos sintomas e causar problemas cardiovasculares e renais. É fundamental que o paciente não esqueça a medicação, porque a hipertensão não controlada pode levar a infarto e acidente vascular cerebral. Já o diabetes pode causar insuficiência renal e danos aos nervos, resultando em dor e perda de sensibilidade”, afirma a farmacêutica da rede Santo Remédio, Daniela Reis.
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No caso do diabetes, vale lembrar que o tratamento não inclui apenas o uso de medicamentos, mas também o correto monitoramento da condição por meio de aparelhos eletrônicos e a aplicação de insulina, quando necessário. A falta de acompanhamento pode aumentar a chance de desenvolvimento de outros problemas de saúde, como obesidade e até hipertensão.
No caso desta última, por não haver cura, o tratamento é a única forma de manter a condição sob controle e preservar a saúde. A falta de cuidado pode trazer riscos adicionais, como problemas de visão que podem evoluir para cegueira, além de favorecer o desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
Entre os principais desafios para manter a disciplina com os medicamentos estão a rotina corrida, o excesso de compromissos e a dificuldade de criar hábitos. Nesse sentido, ferramentas simples podem fazer a diferença.
“Algumas estratégias práticas são extremamente importantes para os pacientes não esquecerem de tomar os medicamentos. Tem o uso de alarmes no celular, que permite definir lembretes nos horários certos, e os aplicativos de controle de medicação, que estão cada vez mais acessíveis”, sugere a farmacêutica.
“Outra opção são os porta-comprimidos, que vêm divididos em compartimentos para cada dia da semana ou para diferentes horários. O ideal é organizar já no início da semana ou até do mês, garantindo que os remédios estejam sempre à disposição”, acrescenta.
Dicas para manter os cuidados com a hipertensão e diabetes em dia
Situações fora da rotina, como viagens, exigem ainda mais planejamento. Além da quantidade suficiente de medicamentos, é importante levar doses extras para evitar contratempos.
“Para manter a regularidade do tratamento fora de casa, leve sempre os porta-comprimidos, que são leves e fáceis de transportar. Planeje as viagens considerando os horários das doses e até as diferenças de fuso horário em caso de deslocamentos internacionais”, recomenda Daniela Reis.
“Sempre mantenha os medicamentos em local seguro, protegido da luz e do calor, e se organize com antecedência. Existem kits de viagem práticos que ajudam muito nesse processo, além de aplicativos específicos que auxiliam no gerenciamento do tratamento”, aconselha.
A adoção dessas estratégias simples pode ser determinante para que pacientes com hipertensão e diabetes mantenham o tratamento em dia, evitando complicações que comprometem a saúde e a qualidade de vida.