O novo Boletim Info Gripe, divulgado nesta quinta-feira (02/10), pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), aponta que o Amazonas estava entre os cinco Estados do País com alto risco para incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).
Além do Amazonas, também estão em alto risco os Estados de Mato Grosso, Goiás, Espírito Santo e o Distrito Federal. No Espírito Santo, o aumento de SRAG tem sido alavancado pela Covid-19 (atingindo especialmente os idosos) e pelo rinovírus (sobretudo, em crianças pequenas).
No Amazonas, o crescimento dos casos graves de gripe tem sido impulsionado pelo rinovírus, que atinge especialmente crianças e adolescentes de 2 a 14 anos, e pela retomada do crescimento de casos de VRS em crianças até 2 anos.
Dentre as capitais, seis das 27 apresentaram nível de atividade de SRAG em alerta, risco ou alto risco (últimas duas semanas), com sinal de crescimento na tendência de longo prazo (últimas 6 semanas): Belém (Pará), Boa Vista (Roraima), Goiânia (Goiás), João Pessoa (Paraíba), Manaus (Amazonas) e Porto Alegre (Rio Grande do Sul).
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Covid-19 ainda é uma sombra pairando sobre o Pais
O boletim da Fiocruz aponta ainda que a Covid-19 foi a principal causa de óbitos por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) nas últimas quatro semanas epidemiológicas (de 31 de agosto até 27 de setembro).
A análise mostra ainda que em algumas unidades federativas do Centro-Oeste, como Goiás e Distrito Federal (DF), o crescimento dos casos de SRAG continua sendo impulsionado pela Covid-19, que tem impactado no aumento das hospitalizações especialmente entre os idosos. A influenza A também tem elevado o número de internações em quase todas as faixas etárias nessas localidades.
Além dos 50,9% dos óbitos por SRAG causados por Sars-CoV-2 (Covid-19), o estudo aponta que, no mesmo recorte temporal, 25,7% dos casos foram por rinovírus; 15,8% por influenza A; 5% por vírus sincicial respiratório (VSR); e 1,8% por influenza B.
Pesquisadora do Programa de Computação Científica (Procc/Fiocruz) e responsável pelo Boletim InfoGripe da Fiocruz, Tatiana Portella ressalta que Goiás, o DF e o Espírito Santo registraram aumento de casos graves de Covid-19 e que algumas unidades federativas do Centro-Oeste (Goiás e DF) estão passando por uma segunda temporada do vírus influenza A, fator atípico para esta época do ano na região.
“A gente pede que as pessoas, especialmente integrantes dos grupos de risco, verifiquem se estão com a vacinação em dia. A vacina continua sendo a principal forma de proteção contra casos graves e óbitos”, destaca Tatiana Portella. “No mais, a gente sempre recomenda o isolamento em caso de sintomas de gripe ou resfriado ou, se não for possível, que a pessoa saia de casa usando uma boa máscara, como a N95 ou a PFF2”, alerta a pesquisadora.
No cenário nacional, os casos de SRAG apresentam sinal de estabilidade nas tendências de curto e de longo prazo. Nas quatro últimas semanas epidemiológicas, a prevalência entre os casos positivos foi de 42,4% para rinovírus; 16,6% para Sars-CoV-2 (Covid-19); 15,6% para influenza A; 13,3% para VSR; e 2,2% para influenza B.