A decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux de transferir para 2030 a redistribuição das vagas de deputados federais entre os Estados jogou uma ducha de água fria nos políticos, partidos e federações que contavam com 10 vagas para o Amazonas nas eleições de 2026.
A decisao de Fux ainda será submetida ao plenário do STF, mas a tendência é de que os ministros sigam o relator da matéria. A medida afeta principalmente a definição do quociente eleitoral, que é o calculo que a Justiça Eleitoral faz para definir quandos são os eleitos de cada partido e de cada federação. Esse cálculo leva em conta o número de votos válidos na eleição em questão dividos pelo número de vagas de deputados federais.
Em 2022, por exemplo, o Amazonas registrou mais de 1,9 milhão de votos para deputados, que dividido por oito vagas do Estado na Câmara Federal, deu um quociente de aproximadamente 240 mil para se eleger o primeiro. A expectativa de quem faz cálculos nos partidos e federações era de que com dez vagas este número cairia para algo entre 180 ou 190 mil votos, quantitativo mais fácil de alcançar.
Um fonte do segundoasegundo avaliou que se a decisao de Fux prevalecer, agrupamentos partidários com candidatos mais fortes tendem a dominar as vagas, como é o caso do PL, que aposta numa votação recorde do vereador Sargento Salazar para fazer ao menos três deputados federais; O mesmo serve para o Republicanos, do deputado Silas Câmara, que fez uma série de filiações de políticos de peso, como o ex-senador Arthur Neto, para também alcançar três vagas.
Já a Federação Brasil Esperança, que reúne PT, PCdoB e PV, contava com a diminuição do quociente eleitoral para fazer apenas um deputado, pois a nominata deles tem poucos nomes capazes de alavancar uma votação que supere os 200 mil votos.