Uma pesquisa nacional realizada pelo Instituto Locomotiva a pedido do Centro de Integração Empresa-Escola (CIEE) revelou um cenário preocupante para o futuro da engenharia no Brasil. Apenas 12% dos alunos do Ensino Médio demonstram interesse em seguir carreira na área, percentual que representa aproximadamente 2,3 milhões de jovens no país, segundo estimativas baseadas na PNAD 2024.
O levantamento ouviu 1.150 estudantes de todas as regiões, entre os dias 6 de junho e 11 de julho de 2025, e mostrou que fatores como dificuldades com matemática, altos custos da graduação e falta de identificação com a carreira estão entre os principais motivos do desinteresse. A média de segurança dos jovens em relação à matemática foi de apenas 5,2 em uma escala de 0 a 10, e apenas 16% afirmaram se sentir “muito seguros” com a disciplina.
Além disso, o estudo identificou que 79% dos estudantes acreditam que falhas na educação básica desmotivam o início ou a continuidade de cursos superiores, o que afeta diretamente o ingresso em carreiras mais exigentes, como a engenharia. Outro dado relevante é que 82% dos entrevistados consideram os cursos de engenharia muito caros, apontando as dificuldades financeiras como o principal fator para possível desistência da graduação.
Entre os que demonstraram interesse na área, a Engenharia Civil aparece como a escolha preferida (27%), seguida pela Engenharia de Computação (23%). A pesquisa também revelou que o interesse pela engenharia é maior entre homens (20%) e alunos do 1º ano do Ensino Médio (17%).
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O relatório conclui que a falta de atratividade da carreira pode comprometer a formação de profissionais essenciais para setores estratégicos como infraestrutura, energia, tecnologia e indústria. Caso a tendência se mantenha, o Brasil poderá enfrentar uma escassez de engenheiros, impactando sua capacidade de inovação e competitividade nos próximos anos