Faleceu em Manaus, aos 89 anos, Raimundo Nonato Pereira, carinhosamente conhecido como “Senhor Nonato”, o servidor mais antigo do Teatro Amazonas. Com mais de 50 anos dedicados à instituição, ele deixa um legado de amor, trabalho e memória viva da cultura do estado.
Contratado em 1973, Sr. Nonato exerceu inúmeras funções dentro do teatro, entre elas pedreiro, porteiro, bilheteiro, assistente técnico, agente administrativo e indicador. Filho de uma lavadeira e de um ajudante de pedreiro, construiu sua trajetória com simplicidade, dedicação e gentileza, tornando-se uma figura querida e respeitada por todos que frequentaram o histórico teatro.
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O governador do Amazonas, Wilson Lima, lamentou a perda. “Hoje, perdemos o grande guardião do nosso Teatro Amazonas, sêo Nonato. Seus mais de 50 anos como servidor do Teatro se confundem com a história da nossa cultura. Nossa gratidão por toda sua dedicação! Aos familiares e amigos, meu abraço e solidariedade”, escreveu em suas redes sociais.
Nonato presenciou momentos históricos no Teatro, como a visita do rei Charles III, ainda príncipe, e do ex-presidente João Figueiredo, na década de 1980. “Quando o rei entrou no palco, sorriu e até cantou. Abraçou as senhoras da limpeza, todas choraram. Fiquei muito alegre com aquilo”, relembrou em entrevista comemorativa pelos seus 50 anos de serviço. Sobre a visita presidencial, disse com orgulho: “Me colocaram de terno para recepcionar o presidente. Fui o único preto no meio dos brancos, e ele me cumprimentou. Fiquei muito feliz.”
O legado de Raimundo Nonato transcende sua trajetória profissional — ele será lembrado como símbolo vivo da história do Teatro Amazonas e da cultura amazonense.