O colapso de um aterro provisório construído para permitir a passagem de veículos sobre o Rio Curuçá, no quilômetro 23 da BR-319, interrompeu completamente o tráfego na rodovia desde o último sábado (31/05) e continua em informações obtidas pelo Portal Segundo a Segundo na tarde de segunda-feira (02/06) . A interdição afeta diretamente a ligação entre os municípios de Careiro e Manaus, deixando motoristas, turistas e moradores da região sem rota viável de passagem.
De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), o fluxo sobre o Rio Curuçá está suspenso há mais de 48 horas. Ainda não há previsão oficial de quando o tráfego será normalizado, apesar das tentativas do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) de restabelecer o acesso. A estrutura provisória, que começou a operar apenas 35 dias após a queda da ponte, não resistiu à correnteza provocada pelo aumento do nível do rio, típica do período chuvoso na Amazônia.
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A estrutura, instalada após o desabamento de uma das pontes da via em setembro de 2022, foi levada pela força das águas do rio, que teve seu volume aumentado nas últimas semanas
Impacto além do caminho sobre o Rio Curuçá
O bloqueio no tráfego prejudica não apenas o deslocamento cotidiano de moradores, mas também compromete atividades econômicas da região. Um dos setores mais atingidos é o turismo de selva, que depende do fluxo terrestre e fluvial para levar turistas à região de Careiro.
O presidente da Associação Amigos da BR-319, André Marsílio destacou que a situação deixa todos ilhados “Estamos acompanhando de perto essa situação e buscando uma solução. Estou aqui no Iranduba onde é possível atravessar por uma balsa mas toda essa situação está gerando um constrangimento além de filas de engarrafamento para quem deseja seguir viagem”, desabafou André Marsílio
Histórico de problemas na ponte sobre o Rio Curuçá
A ponte sobre o Rio Curuçá é uma das diversas estruturas da BR-319 que vêm enfrentando problemas estruturais nos últimos anos. Em setembro de 2022, ela desabou parcialmente, interrompendo o tráfego por semanas e deixando comunidades isoladas. A construção de um aterro provisório foi a solução emergencial encontrada para garantir a passagem de veículos enquanto obras definitivas eram planejadas.
No entanto, especialistas já alertavam para a fragilidade da medida. “O aterro é uma solução paliativa. Em um cenário de aumento de vazão do rio, como ocorre todos os anos durante o inverno amazônico, esse tipo de estrutura se torna extremamente vulnerável”, explicou o engenheiro civil e professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Rodrigo Mesquita, em uma entrevista a imprensa feita recentemente.
O que diz o Dnit
Em nota, o Dnit informou que equipes estão mobilizadas na área desde o domingo (1º), com o objetivo de reconstruir o aterro ou oferecer nova solução de travessia emergencial. A previsão inicial era de que o tráfego fosse liberado até a segunda-feira (2), o que não se concretizou.
Enquanto isso, motoristas, caminhoneiros e moradores aguardam, muitos sem ter para onde ir. Em vídeos que circulam nas redes sociais, filas de caminhões e carros se acumulam na entrada do trecho, alguns com cargas perecíveis, aguardando liberação.