A Justiça do Amazonas decidiu manter na noite da última terça-feira (20) a prisão de Sophia Livia de Moraes Almeida, de 32 anos, que atuava como uma ‘falsa médica’ em Manaus. A mulher não possuía registro na área de saúde e segundo investigações atuava como médica cardiologista infantil.
Sophia foi presa dentro de uma academia por policiais civis do 1° Distrito Integrado de Polícia, sob coordenação do Delegado Cícero Túlio na tarde da última segunda-feira (19). Ela também passou por uma audiência de custódia no dia seguinte a prisão.
Segundo a Justiça do Amazonas a decisão de prorrogar a prisão da ‘falsa médica’ confirmou a legalidade da prisão feita por policiais do 1º DIP, garantindo o contraditório, a ampla defesa e a verificação de eventuais violações de direitos fundamentais, devidamente registradas.
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Sophia poderá responder por diversos crimes como falsidade ideológica, charlatanismo, uso de identidade falsa e estelionato contra vulneráveis.
Detalhes da investigação
Segundo o delegado que coordenadou as investigações, a mulher é formada em Educação Física está sendo investigada por se passar por médica especializada no atendimento de crianças e gestantes. Segundo a Polícia Civil, ela conseguiu se infiltrar em grupos de profissionais da saúde e foi aceita em programas voltados a pacientes infantis com doenças graves.
A investigada usava jaleco branco, carimbos pertencentes a médicas verdadeiras e chegou a prescrever medicamentos — inclusive de uso controlado — para crianças com autismo. Ela também atuava como “professora convidada” em faculdades e se apresentava como representante de um congresso de neurocirurgia previsto para julho, em Manaus.
As inventigações apontam ainda que ela publicava imagens em plantões e ao lado de pacientes em tratamento oncológico, construindo uma imagem de médica humanizada. Para ganhar credibilidade, chegou a afirmar que era parente do prefeito de Manaus, David Almeida — informação desmentida pela prefeitura em nota oficial.
Ainda de acordo com a polícia, a mulher tentou inverter as denúncias feitas contra ela, registrando boletins de ocorrência contra pacientes que a questionaram. Durante o cumprimento de mandado de busca, foram apreendidos na residência da investigada medicamentos, receituários médicos, jalecos de hospitais públicos e documentos falsificados. A Justiça decretou sua prisão preventiva.