O governador Wilson Lima declarou, nesta quarta-feira (28/08), durante reunião do Comitê de Enfrentamento à Estiagem, Situação de Emergência nos 62 municípios do Amazonas por conta dos efeitos da seca que atinge o estado, ao assinar um novo decreto que alcançou 42 cidades.
No dia 5 de julho, o governador já havia assinado decreto de Situação de Emergência para 20 cidades das calhas do Juruá, Purus e Alto Solimões. Na reunião também foi assinado um decreto que declara situação de Emergência de Saúde Pública, atendendo recomendação do Ministério da Saúde.
“Desde o início do ano estamos mantendo uma interlocução com o Governo Federal, mostrando o que os nossos especialistas tinham como previsão para este ano e, infelizmente, tem se confirmado e ao que tudo indica teremos uma seca muito grave. Só no Alto Solimões, o rio está 60 centímetros abaixo do mesmo período do ano passado. O Rio Negro está a 4 metros abaixo do mesmo período do ano passado. Tudo indica que os rios vão baixar como nunca baixaram antes”, relatou Wilson Lima.
Até esta quarta-feira, de acordo com a Defesa Civil, 77.499 famílias já haviam sido afetadas pela seca no Amazonas. No âmbito da assistência humanitária, cerca de 730 toneladas de alimentos já foram distribuídas para municípios do interior.
Também já foram instalados 24 purificadores de água, sendo 10 deles direcionados para a calha do Alto Solimões, além do envio de 100 caixas d’água para melhorar o acesso à água potável.
“Nessa segunda fase, nós vamos adentrar com o transporte de ajuda humanitária, a instalação das estações móveis de tratamento de água e fornecimento de caixas d’água para que a população possa manter essa reserva em casa”, afirmou o secretário adjunto da Defesa Civil, Clóvis Araújo.
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Os decretos terão validade de 180 dias e entram em vigor a partir da data de publicação no Diário Oficial do Estado (DOE-AM). A reunião, além de contar com a presença do secretariado estadual que compõe o comitê, teve ainda a presença dos deputados estaduais Ednailson Rozenha, Mário César Filho, Felipe Sousa e Alessandra Campelo.
Saúde terá atenção por causa da seca no Amazonas
A declaração de Situação de Emergência de Saúde Pública para todo o Amazonas segue recomendação do Ministério da Saúde, de acordo com a portaria Nº 3.160 de 9 de fevereiro de 2024, que estabeleceu novas normas para o envio de auxílio do Governo Federal a estados em situações críticas e de calamidades.
Com o decreto, o Governo do Estado poderá solicitar e receber apoio federal nas ações de assistência já realizadas pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM). Até o momento, já foram enviadas mais de 200 toneladas de medicamentos e insumos aos municípios das calhas dos rios Madeira, Juruá, Purus e Alto Solimões. Uma usina de oxigênio foi instalada no município de Envira e cilindros de oxigênio foram enviados para o hospital de Canutama.
“Estaremos com ações diferenciadas para atender um momento diferenciado, com abastecimento de medicamentos, de insumos, acesso a consultas especializadas, assim como a vigilância em saúde. Temos monitoramento muito detalhado em relação aos principais agravos e doenças que refletem o período da estiagem, como as doenças diarreicas, respiratórias e outras doenças também que são transmitidas pelo alimento e pela água”, explicou a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud.
A SES-AM conta com um comitê de enfrentamento à emergência de estiagem em sua estrutura para intensificar o monitoramento em todo o estado. “Temos hoje um BI que monitora os 62 municípios quanto ao abastecimento no gerador, abastecimento de medicamentos e insumos, perfis de pacientes que estão internados e quais as principais causas. O Comitê de Emergência em Saúde Pública tem um olhar muito detalhado em relação ao que vem acontecendo em cada um dos municípios do Amazonas”, explicou a secretária.