Os vereadores da Câmara Municipal de Manaus (CMM) provaram que estão fora da realidade em que vivem os moradores da capital após permitirem o avanço da tramitação de um projeto de lei que reduz de 25% para 10% a renovação da frota de ônibus. A proposta do vereador Bessa (Solidariedade) ajuda as empresas de ônibus, uma vez que aumenta de seis para sete anos a vida útil dos coletivos.
Na prática, a medida é um sinal verde da CMM permitindo ônibus ‘cacarecos’ nas ruas, principalmente nos bairros nas zonas norte e leste. O Segundo a Segundo já flagrou coletivos do ano de 2009 circulando na periferia da cidade.
A justificativa de Bessa foi esdrúxula: “Por ano tinha que renovar 250 ônibus como se as empresas que fabricam ônibus (montadoras) tivessem que trabalhar só para Manaus”.
Segundo a propagada da prefeitura de Manaus na TV, cerca de 200 ônibus novos chegaram. Manaus supera mil coletivos. Ou seja, a melhoria em si não é tão grande em quase quatro anos de gestão David Almeida (Avante).
A título e comparação, quando Serafim Corrêa (PSB) foi prefeito (entre 2005 a 2008) foram adquiridos 500 novos ônibus novos. Os vereadores William Alemão, Capitão Carpê e Rodrigo Guedes criticaram a medida proposta por Bessa.
Porém, a maioria dos vereadores permitiu que o projeto continuasse na pauta que segue para a 3ª Comissão de Finanças e Orçamento antes da votação final no Plenário. Só o fato de a tramitação seguir é um escárnio contra a população que sofre com ônibus velhos.
Será que, em 2024, ano de eleição, eles vão querer andar nos ‘cacarecos’ para pedir voto? Falta compromisso com a causa pública e noção do que é a vida real do povo. Os vereadores parecem estar no mundo da lua.
Acidente em Barcelos e o governo mobilizado
Políticos do Amazonas manifestaram condolências às famílias das 14 vítimas do acidente aéreo em Barcelos, interior do Amazonas. No fim de semana, a aeronave da empresa Manaus Taxi Aéreo caiu no município, com os 12 turistas e dois tripulantes. “Lamento profundamente a morte dos 12 passageiros e dois tripulantes, vítimas do acidente de avião ocorrido neste sábado, em Barcelos. Nossas equipes estão atuando, desde o primeiro momento, para prestar o apoio necessário. Aos familiares e amigos, minha solidariedade e orações”, disse o governador Wilson Lima (UB). O vice-governador, Tadeu de Souza, também se manifestou. “Com profundo pesar, lamento o trágico acidente que tirou a vida de 14 pessoas em Barcelos. Por determinação do governador Wilson Lima, as forças de segurança estão mobilizadas (…) Estamos unidos em solidariedade aos familiares”. Em entrevista coletiva, o secretário de Segurança Pública do Amazonas, coronel Vinícius Almeida, disse que chovia muito no momento do acidente e que a pista não tinha comprimento suficiente para a aeronave frear. A SSP e a Defesa Civil estão atuando no caso.
Estiagem movimenta ações políticas
O governador Wilson Lima lançou a operação estiagem 2023 em uma ação que envolve mais de 30 órgãos. Vários municípios estão em estado de alerta e muitos podem ficar sem acesso por rio nas próximas semanas. Lima assinou o decreto de Situação de Emergência Ambiental em municípios das regiões Sul do Amazonas e Metropolitana de Manaus e anunciou investimentos de R$ 100 milhões. O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, entrou em contato com o governador e disse que o Amazonas terá o suporte do Governo Federal para enfrentar a crise.
Antecipar 2026 para quê?
A possibilidade do vice-governador, Tadeu de Souza, poder disputar o governo em 2026 está causando incômodo. Souza deve assumir o governo daqui a três anos quando o governador Wilson Lima deve sair para disputa ao Senado. Entretendo, adiantar o debate da sucessão de Wilson Lima é atropelar articulações e até mesmo prejudicar alianças políticas, inclusive para 2024 à prefeitura de Manaus. Não é hora de antecipar processo eleitoral. O Amazonas tem pautas mais urgentes como o atendimento aos ribeirinhos em meio a estiagem e o debate sobre a Reforma Tributária e possíveis impactos na Zona Franca de Manaus.
Cidadão Amazonense
O senador Omar Aziz (PSD) vai receber o título de Cidadão Amazonense na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) nesta segunda-feira (18/09). “Fico muito feliz com o reconhecimento”, disse.
Mudança de visual e eleição
O deputado federal Amon Mandel (Cidadania) apareceu com novo visual na semana passada. O parlamentar, que usava um estilo de cabelo mais jovial, apareceu nas sessões da Câmara dos Deputados em um corte mais tradicional. A mudança é sutil, mas não passa despercebida, uma vez que deixou Amon com um uma imagem de político mais experiente. Ao que parece, o marketing dele já olha 2024 uma vez que o nome de Amon aparece em pesquisas eleitorais para a prefeitura de Manaus.
Machismo na Corte
Um julgamento no Tribunal Justiça do Amazonas (TJAM), na semana passada, repercutiu negativamente em todo o Brasil por mostrar como o judiciário ainda reproduz o machismo estrutural. O promotor do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), Walber Nascimento, foi acusado pela advogada Catharina Estrella de compará-la a uma cadela. De acordo com o magistrado, relacionar uma cadela com a advogada é uma ofensa ao animal. “Se tem uma característica que o cachorro tem, doutora Catharina, é a lealdade. Eles são leais, são puros, são sinceros, são verdadeiros. No quesito lealdade, e me referindo especificamente a Vossa Excelência, comparar Vossa Excelência com uma cadela é muito ofensivo. Não à Vossa Excelência, mas à cadela”, afirmou Nascimento durante audiência. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Amazonas repudiou a atitude do promotor. Ele nega ter ofendido a advogada. A Associação dos Magistrados do Amazonas (AMAZON) saiu em defesa do magistrado Carlos Henrique Jardim da Silva, que comandava a sessão do júri na ocasião, informando que sua atuação se deu em “restrito cumprimento das suas atribuições legais”. O juiz deveria sim ter agido para impedir tal comparação que sequer deveria ser proferida em um tribunal. É uma sucessão de erros graves do sistema judiciário neste caso. A Associação Brasileira de Advogados Criminalistas (Abracrim) pediu ao Conselho Nacional do Ministério Público o afastamento do promotor de justiça Walber Nascimento. Esta coluna seguirá acompanhando o caso.
Cortina de fumaça
Uma semana depois da mãe ser demitida na Assembleia Legislativa do Amazonas (ALEAM) em um caso de nepotismo, a deputada Débora Menezes (PL) buscou refúgio em uma pauta conservadora. A parlamentar apresentou um projeto de lei defendendo a “semana estadual da conscientização sobre a doutrinação nas escolas”. Débora segue a cartilha bolsonarista de lançar cortina de fumaça e tirar de foco os escândalos. Não cola mais. Aliás, a Comissão de Ética Parlamentar da ALEAM vai se manifestar quando? Sinésio Campos (PT) e Carlinhos Bessa (PV) são presidente e vice, respectivamente.
Puxão de orelha
O Ministro da Economia, Fernado Haddad, fez uma cobrança pública aos governadores durante entrevista na TV Bandeirantes neste domingo (17/09). Para ele, o crescimento econômico sustentável passa por melhorias significativas no ensino médio, que é tarefa dos gestores estaduais. O petista também vê como prioridade o ensino técnico para preparar mão-de-obra em meio às novas tecnologias. Ele disse ainda que o Brasil precisa aprovar a reforma tributária, que está em análise no Senado e tem como relator o senador pelo Amazonas, Eduardo Braga (MDB). É bom ficar de olho uma vez que mudanças nas regras tributárias podem afetar a Zona Franca de Manaus (ZFM).
Demissões em alta
Funcionários da Rede Amazônica foram pegos de surpresa com uma onda de demissões. Os cortes ocorrem duas semanas depois da empresa comemorar 51 anos e mudar até a logomarca. A empresa é afiliada da Rede Globo em cinco estados da região norte.