A amazonense Maria de Fátima Castro, de 29 anos, ergueu 123 kg e obteve a quinta colocação na categoria até 67 kg em sua estreia em um Campeonato Mundial de halterofilismo nesta segunda-feira (28/08), em Dubai.
Com este resultado, cinco dos nove brasileiros estreantes em uma edição do evento atingiram o top-10 na competição. Além disso, todos os novatos conseguiram validar ao menos um movimento em suas provas.
A Seleção Brasileira faz a sua melhor campanha na história dos Mundiais de halterofilismo, com uma medalha de ouro conquistada pela paulista Mariana D’Andrea e uma de bronze, da mineira Lara Lima, atleta que também obteve um ouro na categoria Junior.
O Campeonato nos Emirados Árabes começou na terça-feira, 22, e vai até 30 de agosto no hotel Hilton Habtoor City, onde as delegações estão hospedadas.
O evento de halterofilismo conta com 495 atletas de 78 países. A Seleção Brasileira se faz presente com 23 atletas de 12 unidades federativas (AM, BA, MG, PA, PB, PE, PR, RJ, RN, RS, SC e SP).
Nesta segunda-feira (28), foram duas halterofilistas brasileiras na arena em Dubai. Maria de Fátima realizou seus dois primeiros levantamentos corretamente, com 115 kg e 123 kg na barra.
A princípio, a atleta, nascida na cidade de Tefé, sinalizou uma terceira tentativa de 127 kg. Porém, pouco antes de sua vez, o peso foi elevado para 130 kg para que a atleta brigasse por uma medalha de bronze, surpreendendo e empolgando os brasileiros na plateia. Por fim, o movimento acabou anulado.
Caso Maria tivesse acertado o levantamento, ela teria superado um recorde brasileiro de Mariana D’Andrea que, quando ainda competia na categoria até 67 kg, suportou 128 kg em novembro de 2019. Mariana, que é a atual campeã paralímpica entre as competidoras de até 73 kg, subiu de categoria (até 79 kg) e se tornou campeã mundial no sábado, 26.
A marca da amazonense, caso validada, também seria o novo recorde das Américas no halterofilismo, derrubando o feito da mexicana Amalia Perez Vazquez, que suportou 128 kg em dezembro de 2022.
O pódio na categoria até 67 kg foi formado com duas chinesas nos lugares mais altos. Yujiao Tan ficou em primeiro lugar, com 134 kg suportados, e Liye Liau, em segundo, com 133 kg. O bronze foi da colombiana Berta Cecilia Fernandez, com 129 kg, novo recorde das Américas.
“Eu prefiro não saber qual o peso que tem na barra. Sabia só o da minha primeira pedida, para a qual eu estava bem confiante. Na segunda e na terceira, só olhei o painel e soube quanto tinha quando a barra estava lá em cima. Fiquei muito feliz com o que aconteceu hoje. Eu não vim ainda com o objetivo de ter uma medalha, eu queria aumentar minha marca no ranking mundial dos Jogos Paralímpicos de Paris 2024. Sair dos 112 kg e me garantir no top-5 era uma das minhas metas. Vim para fazer e fiz. Confirmei que o trabalho que estou fazendo está dando certo”, afirmou Maria.
Mesmo sem saber qual o peso da barra até a hora do levantamento, Maria contou que tem o recorde de Mariana como uma meta pessoal.
“Meu primeiro objetivo foi fazer parte da Seleção. Agora, eu entrei e quero ficar entre as melhores do mundo. E decidi focar no recorde brasileiro para ter um incentivo. Fui estudar qual era e vi que os 128 kg dava para fazer. Já disse até para a Mariana que falta pouco para eu bater o recorde e ela me deu todo o incentivo”, contou Maria, que tem má-formação congênita nas pernas.
Também nesta segunda-feira, a mineira Cristiane Alves Reis ficou na 11ª posição, com 93 kg suportados, na categoria até 55 kg.
A liderança foi da egípcia Rehab Ahmed, com 133 kg erguidos, seguida pela ucraniana Mariana Shevchuca (126kg) e pela chinesa Jinping Xiao (125kg).
“Eu estava me sentindo muito forte, confiante, apesar de também ansiosa por estar entre as mais fortes do mundo. Nada que me atrapalhasse. Consegui me concentrar bastante. No final, senti que preciso melhorar para as próximas competições”, afirmou Cristiane, que tem baixa estatura.