Deputado Federal do Amazonas é crítico do atual presidente da Câmara Federal, mas pondera pela estabilidade do governo Lula.
O deputado federal e ex-vice-presidente da Câmara dos Deputados, Marcelo Ramos (PSD/AM), considera parte importante da construção de governabilidade ao governo Lula o apoio do PT à reeleição do atual presidente da Casa, Arthur Lira (PP/AL). A fala do parlamentar ocorreu nas redes sociais nesta segunda-feira (28).
Ramos teve um posicionamento crítico em relação a Arthur Lira no último ano. Ele é
cotado para assumir um cargo no governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ano que vem.
Marcelo Ramos adotou um tom mais conciliador em nome da estabilidade do país a partir de 2023.
“A reeleição do presidente da Câmara, Arthur Lira, em fevereiro de 2023 é um fato dado. É provável que ele obtenha uma votação ainda mais expressiva do que em 2021, quando alcançou 302 votos em primeiro turno, quase 60% do total. Até agora, não há sequer um candidato que se disponha a enfrentá-lo nas urnas”, disse.
Ramos lembrou que a Câmara dos Deputados está pacificada apesar do orçamento secreto. O parlamentar destacou que a articulação ajuda, por exemplo, na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que garante R$ 600 para o Bolsa Família e mais R$ 150 para famílias com crianças de até seis anos.
“É preciso reconhecer que o extremismo e os arroubos golpistas que pautaram os últimos dois anos não encontraram apoio em Arthur Lira. Vale lembrar que ele foi um dos primeiros a admitir a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Estamos saindo de uma eleição presidencial renhida. Cabe ao novo governo construir pontes, diminuir tensões e ampliar o campo democrático. A boa política é a arte de construir convergências. Tudo isso facilita a pacificação da sociedade e a governabilidade.
É bom para o Brasil e é bom para o PT. Arthur Lira terá influência sobre uma grande bancada de deputados dos mais variados partidos”, declarou.
O parlamentar amazonense disse também que o acordo pode ajudar, nesse primeiro momento, a governabilidade.
“Se participar da frente que endossará a reeleição do presidente da Câmara, o PT e seus aliados terão direito a espaços estratégicos na Mesa Diretora e nas comissões da casa. Não faz sentido recusar ou mesmo protelar a opção por um caminho que confere mais estabilidade ao governo eleito. Política não é o que a gente queria que ela fosse. Política é o que ela é. E, sendo o que ela é, o desafio dos democratas é mudar o que pode ser mudado e acumular forças para, mais à frente, mudar o que ainda não pode ser mudado pela correlação de forças desfavorável. Política não se faz com o fígado”, destacou.