Em 2021, o Governo do Estado executou 42 cursos em todas as unidades prisionais da capital e em municípios do interior
O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap) em parceria com o Centro de Educação Tecnológica do Amazonas (Cetam), capacitou mais de 700 reeducandos nas unidades prisionais de Manaus e de cinco municípios do interior. Foram realizados 42 cursos, por meio do programa “Trabalhando a Liberdade”, incentivando a ressocialização de apenados e a preparação para o mercado de trabalho.
No ano passado, 714 reeducandos participaram de cursos pelo Cetam, um aumento de 555% em relação a 2020, quando 109 foram formados. Em 2021, as capacitações alcançaram as unidades da capital e dos municípios de Maués, Itacoatiara, Parintins, Tabatinga e Humaitá.
De acordo com a chefe do Departamento de Reintegração Social e Capacitação da Seap, Keyla Prado, a Seap tem trabalhado para firmar parcerias com outras secretarias e também com órgãos da iniciativa privada, visando ampliar o alcance das ações de ressocialização de pessoas privadas de liberdade do sistema prisional do estado.
“Os reeducandos participam dos cursos de qualificação profissional e trabalham dentro das unidades e também fora delas. Essa parceria atende tanto quem está dentro das unidades prisionais quanto o público do regime aberto, semiaberto e egressos. Hoje nós podemos qualificar essas pessoas, formá-los profissionais para que eles possam ter oportunidade de trabalho e até ser donos de seus próprios negócios”, destacou Keyla Prado.
Os detentos que realizam serviços e participam do “Trabalhando a Liberdade” podem diminuir um dia de suas penas a cada três dias trabalhados, conforme prevê a Lei de Execução Penal (LEP), Lei nº 7.210/1984.
Mercado de trabalho – Finalizando mais uma capacitação de reeducandos no curso de instalação e manutenção de ar-condicionado na Unidade Prisional do Puraquequara (UPP), o instrutor do Cetam, Janderson Souza, destacou que todos os apenados passam pelo curso sem precisar de qualquer pré-requisito. Ele afirma que os alunos saem preparados para o mercado de trabalho.
“Eu tenho 16 anos na área de refrigeração, um conhecimento bem grande, então eu tenho que passar o meu melhor para eles saírem para o mercado de trabalho. Tem muitos aí que já saíram e estão montando seu próprio negócio aí fora. Fico muito grato de ensiná-los e eles terem o interesse de aprender, não só buscando a remissão de pena”.
Para um dos beneficiados, de 27 anos, que cumpre pena na UPP, localizada no bairro Puraquequara, zona leste de Manaus, o curso tem grande valor porque aumenta as oportunidades de quem busca mudar de vida ao deixar o sistema prisional.
“Quando a gente vem pra cá, pela falta de dinheiro, pela falta de tempo, as dificuldades da família, nós não temos essas oportunidades. Apesar de estarmos em um lugar difícil, pagando pelo erro que cometemos na sociedade, o Estado tem investido, abrindo as portas para as pessoas saírem de uma vida errada e poder voltar pra sociedade e se reintegrar”, disse.