A Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) prendeu temporariamente uma mulher indígena de 31 anos suspeita de explorar sexualmente sua própria filha de 13 anos. Por causa do crime, a adolescente engravidou.
As suspeitas de que a menina estava gestante começaram na escola e com a ajuda do Conselho Tutelar foi possível descobrir que a vítima estava grávida há três meses, vítima de exploração sexual por parte da mãe.
Aos policiais, a adolescente explicou que saiu de uma comunidade no interior de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus) para Manaus, em razão de ter sido abusada sexualmente pelo próprio pai, quando tinha 9 anos. Já na capital, ela foi levada pela mãe para ser explorada sexualmente em um motel.
LEIA TAMBÉM: PF prende cabeça de esquema que lavou milhões para o tráfico no AM
Depois do primeiro ato criminoso, a vítima passou a ser levada para diversos motéis, com diversos homens. A mãe costumava esperar a adolescente chegar da escola, para explorá-la, e cobrava entre R$15 a R$20.
As investigações da polícia descobriram transferências Pix que os abusadores realizavam para a mãe. Além disso, os abusos sexuais eram sem preservativos, e alguns deles eram filmados. A adolescente não aguentou mais a situação e contou na escola o que estava passando, e a unidade de ensino, por sua vez, acionou o Conselho Tutelar.
Em decorrência das relações sexuais sem preservativo, a vítima engravidou. Ela foi encaminhada ao Serviço de Atendimento à Vítima de Violência Sexual (Savvis), mas não foi possível fazer o aborto sentimental, então ela foi levada a um abrigo. Além disso, as autoridades informaram que aqueles que desejarem ajuda-la com mantimentos, entre outras coisas, podem se dirigir à Delegacia Especializada Em Proteção À Criança E Ao Adolescente (Depca) para receber o devido encaminhamento.
Mãe presa por exploração sexual
No primeiro momento, a Depca considerou a prisão cautelar da mãe como a última opção. Contudo, foi constatado que, mesmo afastada e sob medida protetiva, a mãe tentava ir até o abrigo, realizava visitas assistidas e buscava persuadir e culpar a vítima. Por isso, não restou alternativa senão solicitar a prisão da genitora.
A prisão temporária da autora foi cumprida nesta quarta-feira (11/12), ocasião em que a equipe policial da Depca também apreendeu o aparelho celular dela. No interrogatório, a mulher admitiu o crime, mas tentou justificar alegando que a filha queria ajudá-la financeiramente, aos 12 anos.
A autora do crime responderá por exploração sexual contra criança e adolescente e está à disposição da Justiça.
O delegado-geral adjunto da PC-AM, Guilherme Torres, em coletiva de imprensa realizada nesta quinta-feira (12/12), destacou que, até o momento, a Depca registrou 4 mil Boletins de Ocorrência (BOs) relacionados a violências contra crianças e adolescentes e efetuou mais de 130 prisões por crimes sexuais.