Iniciado em setembro deste ano, o programa RecuperaFone vem conseguindo avançar em um dos crimes que mais tira o sono dos manauaras: o roubo de celular. Em menos de um mês, 3,6 mil pessoas suspeitas de roubo, furto e receptação de aparelhos telefônicos foram identificadas pelas investigações do programa da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM).
Como resultado, 600 aparelhos telefônicos que haviam sido subtraídos em Manaus já foram recuperados pela polícia. É o melhor resultado da história para as forças de segurança estadual. As investigações sobre roubo de celulares têm feito uma devassa num esquema lucrativo para criminosos e que causa prejuízos a milhares de manauaras, cujos equipamentos são roubados e furtados diariamente, a maioria das vezes nos ônibus.
Conforme números do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Manaus lidera o número de roubos e furtos de celular do país. Mas esse cenário começou a mudar, segundo o delegado Bruno Hitotuzi, diretor do Núcleo de Investigação e Recuperação de Celulares (NIRC). O núcleo começou a ser gestado em junho e entrou em operação em setembro, mês em que os roubos e furtos de celular tiveram redução de 22%.
Conforme a SSP-AM, foram 1.848 registros desse crime em setembro deste ano, contra 2.437 no mesmo mês do ano passado.
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É através da análise do número do IMEI nos Boletins de Ocorrências (BOs) registrados nos casos de roubos, furtos e perda do aparelho celular que o Núcleo tem conseguido avançar sobre esse esquema criminoso em Manaus. Os mais de três mil suspeitos identificados estão sendo intimados por mensagens via Whatsapp. O curioso é que as mensagens chegam justamente no aparelho que está com restrição na polícia.
“As pessoas intimadas via Whatsapp, que estão voluntariamente entregando o aparelho, não estão respondendo processo criminal. Apenas as que se negam a devolver, na qual seguimos a linha de investigação tradicional com notificação pessoal, ou até mesmo busca pessoal”, ressalta Hitotuzi.
Conforme o delegado, alguns dos suspeitos identificados pelo rastreamento usado na SSP tentam ludibriar as equipes policiais negando a posse dos equipamentos ou dizendo que perderam os aparelhos também vítimas de roubos. “Eles não apresentam Boletim de Ocorrência. São desculpas que se repetem constantemente, mas não justificam o arquivamento do procedimento criminal”, salienta Bruno Hitotuzi.
Quem for pego com celular roubado ou furtado vai responder por receptação qualificada. Já os proprietários de lojas e assistências técnicas nas quais produtos com registro de roubo e furto foram identificados vão responder, também, por comercialização de produto do crime, o que pode levar a uma pena máxima de 8 anos de prisão.
Até essa semana, a polícia interditou sete lojas da capital amazonense onde celulares com registro de roubo e furto foram encontrados.
Teve celular roubado ou furtado? Saiba o que fazer
Quem for vítima de furto ou roubo de celular deve registrar Boletim de Ocorrência e incluir o número do IMEI, ressalta a SSP-AM. O delegado Bruno Hitotuzi explica que é por meio dessa informação que as equipes policiais podem identificar os aparelhos e recuperá-los de forma mais rápida.
O número de IMEI funciona como a impressão digital do aparelho móvel, ou seja, cada peça possui a sua, que é intransferível. Os proprietários devem salvar o IMEI em um local seguro para sabê-lo em caso de emergência. O dado pode ser localizado na caixa do aparelho, nas configurações do celular ou discando *#06#.
“É imprescindível que a população tenha em mãos o número do seu IMEI para que possamos localizar em tempo hábil e agilizar o trabalho da nossa investigação e devolver o aparelho celular para seu proprietário”, disse o delegado.