O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia à Justiça Federal contra três acusados pelos crimes investigados na Operação Smoke, deflagrada pela Polícia Federal (PF) no final de setembro, para combater desmatamento e queimadas no Amazonas. Os crimes ambientais estão por trás da onda de fumaça registrada em vários municípios amazonenses, desde o ano passado.
O presidente Lula determinou investigações rigorosas sobre os crimes ambientais em todo o país, mas é a primeira vez que se tem notícia de um avanço nas investigações relacionadas às queimadas no Amazonas. Ano passado, por exemplo, Manaus ficou por mais de um mês encoberta por fumaça, mas apesar de prometer investigar a origem do caso, a PF não apresentou informações sobre prisões.
De acordo com o MPF, a ação tem por fim combater o desmatamento ilegal e a degradação ambiental em área localizada na zona rural de Boca do Acre. O município fica na região conhecida como arco do fogo e possui intensa atividade agropecuária.
Segundo o MPF, um dos denunciados é um produtor rural apontado como responsável por atividades ilegais de desmatamento, uso de fogo em áreas protegidas e uso de documento falso. Além disso, ele e outros dois homens foram denunciados por falsificação de documento.
Deflagrada após pedido do MPF, a Operação Smoke teve como base investigações que apontaram o desmatamento ilegal de 903,22 hectares de floresta nativa e outros ilícitos ambientais, entre abril de 2021 e setembro de 2024.
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A Operação Smoke faz parte de uma série de ações desencadeadas após decisão recente do Supremo Tribunal Federal (STF) que determinou à União a apresentação, em 90 dias, de um plano de prevenção e combate a incêndios na Amazônia e no Pantanal, com monitoramento, metas e estatísticas.
No último dia 30 de setembro, como parte da operação, foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão, além do cumprimento de mandados de prisão preventiva.