Criminosos têm usado o Whatsapp para aplicar golpes com a promessa de liberar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS). O benefício possui regras claras para retirada, mas dois fatores o colocaram em evidência entre os estelionatários: o vazamento de dados de CPF que atingiu quase 223 milhões de brasileiros e a liberação do saque aniversário.
O FGTS é uma espécie de conta poupança do trabalhador. Nela, todos os meses devem ser depositados o equivalente a 8% dos rendimentos de quem trabalha com carteira assinada. O recurso pode ser sacado em casos de demissão sem justa causa, aposentadoria, doenças graves ou financiamento imobiliário. Nas demais situações em que o trabalhador deixa o emprego, o recurso fica retido na conta administrada pela Caixa Econômica Federal.
De olho nesses recursos, os estelionatários caçam seus alvos preferenciais através de vários métodos. Mas uma formas mais comuns é por meio de mensagens no Whatsapp, SMS e até ligações telefônicas. Com os dados do CPF em mãos, eles acessam a plataforma do FGTS e tentam realizar o saque para redirecionar o recurso para contas de terceiros.
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Em algumas situações, os criminosos induzem os trabalhadores a sacarem o saldo e transferi-lo para contas controladas por eles. Para se proteger desses golpes, os especialistas dizem que a principal recomendação é desconfiar de qualquer solicitação de dados pessoais ou bancários e manter o cadastro no FGTS atualizado, prevenindo que terceiros se registrem com suas informações.
Para identificar saques indevidos, os trabalhadores devem consultar o saldo e extrato do FGTS com frequência. Caso percebam irregularidades, devem contatar a Caixa para registrar a denúncia e contestar a retirada indevida. Também é recomendado fazer um boletim de ocorrência para formalizar a situação.
Se a Caixa não restituir o valor após 60 dias, a vítima pode procurar assistência jurídica, seja com um advogado ou na Defensoria Pública, para solicitar a devolução judicialmente.
Algumas medidas preventivas podem ajudar a evitar golpes relacionados ao FGTS. A principal é utilizar apenas os canais oficiais da Caixa para obter informações. Nunca fornecer dados ou senhas em sites não oficiais ou para pessoas que se passam por funcionários em telefonemas ou mensagens. O banco informa que não entra em contato para pedir informações desse tipo.
Além disso, evite clicar em links enviados por números desconhecidos via WhatsApp, e-mail ou SMS, já que a Caixa não envia mensagens com links sem autorização prévia do cliente.
O que fazer em caso de golpe ou saque indevido do FGTS?
Consulte seu saldo e extrato do FGTS para verificar saques e identificar o saque indevido. Reúna provas, como prints do extrato, histórico de mensagens com golpistas e um boletim de ocorrência. Dirija-se à Caixa e apresente suas provas para contestar o saque. A instituição tem sessenta dias para responder. Se a contestação for negada, busque a assistência de um advogado ou da Defensoria Pública.