Será que é possível equalizar progresso e sustentabilidade? No Dia da Amazônia, instituído pela Lei nº 11.621/2007 em referência à criação da Província do Amazonas no dia 05 de setembro de 1850 e para conscientizar sobre a importância desse patrimônio natural, profissionais que atuam na região refletem sobre propostas de negócios destinadas ao desenvolvimento econômico e à preservação da maior floresta tropical do mundo.
Criador da startup amazonense EduMaker Brasil – que integra a sustentabilidade em seus projetos de robótica educacional por meio de uma abordagem que prioriza o uso consciente de recursos e a reutilização de materiais –, o empreendedor e pedagogo amazonense Jhony Abreu entende que o progresso econômico deve andar de mãos dadas com a preservação ambiental e que os projetos de robótica podem ser uma poderosa ferramenta nesse sentido.
“Acreditamos que, ao capacitarmos jovens com habilidades tecnológicas, estamos promovendo a inovação que respeita e valoriza o ecossistema local. Nossos projetos incentivam o pensamento crítico e criativo dos alunos, propondo desafios que envolvem a criação de soluções tecnológicas com impacto ambiental positivo. Por exemplo, utilizamos componentes recicláveis e estimulamos a construção de protótipos que não apenas resolvem problemas práticos como promovem a redução de desperdício e o uso responsável dos recursos naturais”, pontua.
Fontes Renováveis
Primeira mulher a trabalhar com energia solar no Norte do Brasil, a presidente da Associação Amazonense de Energia Solar (Amesolar) e fundadora da Future Solar Manaus, Helane Souza da Silva, também acredita na possibilidade de aliar preservação e progresso. De acordo com ela, energia solar tem tudo a ver com respeito ao meio ambiente e à Amazônia, por isso, é preciso unir forças e chamar a atenção de autoridades, empresas e órgãos responsáveis para o investimento em projetos que apresentem e unam fontes limpas e renováveis.
“No Dia Amazônia, é preciso dar destaque a projetos que transformem o Amazonas, maior unidade da federação em extensão territorial, em referência em geração de energia limpa”, salienta Helane, destacando que a Amesolar nasceu para garantir que o setor continue crescendo no Estado com segurança técnica, regulatória e jurídica e com o compromisso de gerar economia, liberdade energética e sustentabilidade para o consumidor de energia.
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Parcerias Exitosas
A missão de progredir e preservar também faz parte do grupo Pará Cabos, que, em parceria com a companhia Furukawa, apoia e realiza há mais de dez anos o programa “Green It”, baseado na filosofia japonesa Mottainai (gratidão pela natureza e comprometimento com o meio ambiente).
Sócio e Diretor Comercial do Grupo, o empresário Rafael Amorim detalha que a proposta desse programa é fazer o recolhimento de restos de cabos metálicos (redes e elétrica) para que eles sejam tratados e reciclados, transformando-se em matéria-prima para outras indústrias.
“O nosso papel é levar a informação e a forma de agir para que as empresas participem do programa. Fazemos todo o trâmite para o envio à fábrica que realizará o descarte correto. Após pesagem, a Furukava envia um certificado de participação – que atesta o compromisso com o meio ambiente – e também um ‘cheque verde’, que pode ser trocado por produtos. Somente no ano passado, foram recolhidas cinco toneladas de material”, aborda.
Segundo Rafael, o Grupo também faz questão de usar produtos sustentáveis, como a fibra óptica, para aumentar a vida útil de seus produtos, sem a necessidade de atualização ou substituição constante. “Temos que fazer nossa parte, unindo sustentabilidade, consciência e preocupação ambiental com crescimento empresarial, tecnologia e valores próprios da empresa em prol do bem-estar e do bem coletivo”.
Fortalecimento da ZFM
O Dia da Amazônia reflete tanto a complexidade quanto a importância da região, segundo Mariana Monte Alegre Serafim, advogada especialista na tributação diferenciada da Zona Franca de Manaus (ZFM), que assumiu recentemente a diretoria jurídica da filial amazonense do Nelson Wilians Advogados (NWADV) – escritório que atua como um ponto de equilíbrio essencial para o desenvolvimento sustentável e a preservação da Amazônia, especialmente por meio de sua expertise na ZFM.
De acordo com Mariana, a conservação e a biodiversidade são fundamentais, assim como é essencial considerar o desenvolvimento socioeconômico e o modelo da ZFM, instituído pelo Decreto-Lei 288/67, tem exatamente esse propósito: gerar empregos e renda sem negligenciar a proteção ambiental. É por isso que, para ela, o dia 05 de setembro também é a oportunidade de defender o fortalecimento do projeto.
“Esse modelo demonstra como a intervenção estatal e a extrafiscalidade podem equilibrar o crescimento econômico com a conservação ambiental. O fortalecimento da ZFM é crucial para a Amazônia, pois desempenha um papel vital na promoção de um modelo de desenvolvimento econômico que incentiva práticas empresariais voltadas à preservação ambiental”, finaliza.