O Amazonas realizou o primeiro transplante de rins de doador falecido, efetuado inteiramente na rede pública estadual de saúde. O procedimento foi realizado com sucesso no sábado (29/06), no Hospital Delphina Aziz, e é considerado um marco para a saúde do estado.
“É uma conquista que representa a ampliação da oferta de transplantes e das oportunidades para quem precisa”, afirma a secretária de Estado de Saúde, Nayara Maksoud. Os receptores foram dois pacientes que aguardavam na fila nacional de doação – uma mulher e um indígena.
O indígena, de 39 anos, e a mulher, de 42 anos, receberam os órgãos do doador, um homem de 57 anos, que foi a óbito na sexta-feira (28/06), no Hospital e Pronto-Socorro Dr. João Lúcio Pereira Machado, após sofrer um Acidente Vascular Celebral Isquêmico (AVCI).
A secretária Nayara Maksoud destaca que o procedimento é mais um avanço do Programa Saúde Amazonas e reforça o compromisso do governador Wilson Lima em fortalecer, cada vez mais, o setor. “Esse é o primeiro transplante renal de doador falecido realizado na rede estadual de saúde. Um passo importante, uma grande conquista”, ressaltou.
O procedimento já havia sido oferecido pela Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) anos atrás, mas efetuado em unidades particulares. A rede pública realizava transplante de rim apenas de doador intervivo, no Delphina Aziz, que já fez, desde julho de 2023, 80 procedimentos do tipo. O hospital é referência em transplantes renais na região Norte.
Maksoud observa que, para o sucesso do procedimento de transplante de rins, houve uma preparação especial envolvendo as equipes multidisciplinares que atuam no Delphina Aziz e no HPS Dr. João Lúcio, com a participação da Organização de Procura de Órgão (OPO) da unidade.
“O preparo para o procedimento envolveu vários profissionais do Delphina Aziz, como equipe médica, de Enfermagem, Serviço Social e Psicologia. A equipe do OPO, do João Lúcio, que iniciou, juntamente com os médicos, o acompanhamento e acolhimento dos familiares da pessoa falecida, que decidiram realizar a doação dos órgãos”, esclarece.
No Delphina Aziz, o contato e acolhimento dos pacientes fizeram parte de todas as etapas do processo: exames de compatibilidade, preparação para os procedimentos cirúrgicos e admissão do órgão no hospital. A preocupação com a integralidade do bem-estar físico, mental e social dos pacientes receptores é um dos pontos fortes destacados no protocolo de transplante de órgãos, explica a secretária Nayara Maksoud.
“Todo o processo, desde a captação até a admissão do órgão na unidade de saúde, segue rigorosamente os regulamentos da SES-AM”, enfatiza.
José Luiz Gasparini, diretor-operacional Norte/Oeste e Centro-Oeste do Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), responsável pela administração do Delphina Aziz, ressalta a importância do procedimento para a saúde pública do Amazonas.
“Trabalhamos com dedicação e comprometimento em todos os níveis, tendo à frente o governador do Amazonas, Wilson Lima. Sabemos da importância da ampliação das alternativas de cirurgias de transplantes de órgãos. São mais pessoas beneficiadas e com a oportunidade de uma nova vida”, destacou.
O indígena disse que aguardava com expectativa por esse momento do transplante de rins. Ele conta que, em meio a consultas e exames, descobriu que precisava de um novo rim e aguardava há cerca de três meses pelo transplante.
“Estou com uma grande alegria por sair desta cama e rever minha família, que há três anos não vejo. Com o transplante, vou voltar a ver meus pais e meus irmãos que estão em Barreirinha, no interior do Amazonas”, relatou.
O companheiro da paciente que recebeu a doação, contou que ela fazia diálise desde setembro de 2023. “É uma benção a minha esposa ter realizado o transplante. Espero que esses procedimentos sejam um sucesso e a fila de doação reduza cada vez mais no Amazonas. Estou com uma grande expectativa para Patrícia ter sua vida normal de volta”, declarou.
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De acordo com a equipe médica do Hospital Delphina Rinaldi Abdel Aziz, a recuperação dos pacientes está correndo como o previsto. Os dois estão na Unidade de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), passando pelo protocolo de atendimento pós-operatório normal para este caso. O quadro clínico continua como o previsto, sem nenhuma intercorrência.
Os nomes do doador e das pessoas beneficiadas estão sendo preservados, seguindo o protocolo em procedimentos do tipo.