Dando continuidade à Temporada dos Corpos Artísticos no Teatro Amazonas, será apresentado nesta terça-feira (23/04), às 20h, o espetáculo “Solatium”, que reúne no palco o Corpo de Dança do Amazonas (CDA) e a Orquestra de Câmara do Amazonas (OCA). Os ingressos estão à venda na bilheteria do teatro e no shopingressos.com.br.
Criado durante a pandemia de Covid-19, o espetáculo é definido por seus idealizadores, em sua concepção original, como “uma estratégia de sobrevivência”. A obra traz em sua premissa a resistência da Arte através das conexões virtuais possibilitadas pelo diretor e coreógrafo Mário Nascimento ao elenco do Corpo de Dança do Amazonas durante a pandemia.
É que o período de confinamento ocasionado pela pandemia de Covid-19 afetou os ensaios dos Corpos Artísticos do Estado, que tiveram de encontrar um meio de continuar os trabalhos pelas plataformas digitais.
Esse processo de criar meios de não parar, mesmo impossibilitados de se encontrar, resultou, após cinco meses, no espetáculo “Solatium”. O diretor do CDA, Mário Nascimento, conta que, antes do novo coronavírus chegar ao Amazonas e paralisar as atividades, já havia a ideia de trabalhar com a OCA em um novo projeto.
Com a pandemia, os bailarinos começaram a receber instruções para ensaios em casa e, após uma conversa com o regente titular da OCA, Marcelo de Jesus, três obras da série “Divertimentos”, de Mozart, foram usadas como fio condutor para o surgimento de um novo espetáculo.
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“Temos uma parceria que já vem de muito tempo com a OCA. Gosto muito de trabalhar com eles e com o maestro Marcelo de Jesus, que sugeriu ‘Divertimentos’, de Mozart, uma obra que fala muito de brincadeiras e é uma ode à alegria. Se não fosse por esta obra, talvez eu conduzisse o trabalho para algo mais hermético e depressivo, devido à pandemia propus que fizéssemos 21 solos, além de dois trabalhos em conjunto, de um trio e de um casal, todos sem contato físico”, detalha.
Para esta apresentação de “Solatium”, a OCA será regida pelo maestro Hilo Carriel. No repertório, 3 “Divertimentos” de Mozart. “‘Divertimento’ é uma forma musical composta para um pequeno número de instrumentos e, como o próprio nome sugere, apresenta um estilo casual e alegre”, explica o maestro Carriel, acrescentando que Mozart tinha apenas 16 anos quando escreveu essas obras. “Elas tem uma mistura de virtuosidade, jovialidade e bom-humor”, opina o maestro.
A ideia de fazer um resgate de “Solatium” na atual Temporada dos Corpos Artísticos é justamente a de mostrar que uma obra criada em um contexto totalmente adverso pode sobreviver e continuar bela em outro contexto completamente diferente.
“Agora esse espetáculo pode retornar em um outro contexto, onde o isolamento não é mais necessário. O público então poderá estar próximo dos artistas e apreciar um espetáculo de leveza, alegria e beleza”, afirma Mário Nascimento.