Com dispensa de licitação autorizada no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), a recuperação da BR-174 foi parar nas mãos de empresas investigadas pela Polícia Federal. Reportagem do UOL, deste fim de semana, destaca que o senador Eduardo Braga (MDB) liberou R$27 milhões para essa obra.
A obra é no valor total de R$59 milhões e está sendo realizada sem licitação pelo Ministério dos Transportes. Em nota, o senador Eduardo Braga afirmou que não tem qualquer responsabilidade sobre a contratação da empresa e disse que “a execução da obra é feita pelos órgãos competentes da administração pública, cabendo ao senador apenas indicar a demanda da região onde os recursos deverão ser aplicados, sem qualquer ingerência sobre a escolha da empresa que executará a ordem de serviço”.
Conforme a reportagem, a Construtora Soma foi a escolhida pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT). A empresa tem como sócios Mauro Lúcio Mansur da Silva e José Paulo de Azevedo Sodré Neto, donos da empresa Tumpex, que em junho deste ano foram alvos da operação Entulho, por suspeita de lavagem de dinheiro e sonegação fiscal em contratos com a prefeitura de Manaus.
O DNIT afirma que a empresa Soma foi escolhida por ter apresentado o menor preço quando as empresas do setor foram convocadas para apresentarem propostas.
A dispensa de licitação foi autorizada no apagar das luzes do governo de Jair Bolsonaro, no dia 28 de dezembro do ano passado, ocasião em que o contrato foi assinado. Entretanto, a verba foi liberada em julho deste ano, já na gestão do presidente Lula.
À reportagem, os empresários afirmaram que a Tumpex não tem qualquer vinculação ou dependência com a Soma.
O DNIT disse, em nota, que a construtora Soma não está impedida de contratar com a administração pública. Já o Ministério dos Transportes não se manifestou.