O Comitê Amazonas de Combate à Corrupção quer que o Ministério Público Eleitoral observe com lupa os investimentos públicos em escolas de samba que vão homenagear políticos no carnaval do estado, em 2024.
O anúncio foi feito nesta quarta-feira (22/11), quando o comitê solicitou ao coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias Eleitorais do Ministério Público do Amazonas, Mauro Roberto Veras Bezerra, o acompanhamento dos investimentos públicos em escolas de samba que vão homenagear políticos e seus parentes.
De acordo com o Comitê, o objetivo é impedir a ocorrência de eventuais benefícios a pré-candidatos, causando abusos e desequilíbrio no processo eleitoral de 2024 e a adoção de medidas para combater a quebra da normalidade e da legitimidade das eleições.
Quem são os políticos homenageados no carnaval de Manaus?
Para o Carnaval de 2024, as escolas de samba devem homenagear quatro políticos do Amazonas, conforme levantamento realizado pelo Comitê e encaminhado ao órgão ministerial.
O Grêmio Recreativo Acadêmicos da Cidade Alta vai homenagear o deputado estadual Abdala Fraxe (Avante), a Império do Havaí vai abordar a trajetória do vereador Ivo Neto (Patriota); a Aparecida escolheu retratar a história da família do presidente da Assembleia Legislativa do Amazonas, Roberto Cidade (União).
Já a escola do Coroado terá como tema a petista Anne Moura, que foi candidata a vice-governadora nas eleições passadas.
Na representação, o Comitê informa que recebeu notícias jornalísticas, no último dia 19 de outubro de 2023, com links e prints, com as homenagens.
“Mostram indícios de que Escolas de Samba, no evento do Carnaval 2024, custeado com o uso de recursos públicos, homenageiam ocupantes de cargos eletivos e seus parentes, com indicativo de violação do princípio da impessoalidade e da moralidade.”
“Destaque-se, ainda, o fato de que, parte dos homenageados, além de serem ocupantes de cargos eletivos, são aspirantes à reeleição e pré-candidatos para as Eleições Municipais de 2024”, acrescenta o comitê em nota distribuída à imprensa.
O Comitê de Combate à Corrupção destaca, ainda, que não quer impedir a livre manifestação de pensamento, mas que é preciso atenção ao tema uma vez que 2024 é ano eleitoral.