O deputado federal Sidney Leite (PSD-AM) criticou a falta de ação do Banco Central para reduzir os juros básicos da economia e disse que, se nada for feito, o Brasil vai trabalhar para atender a Faria Lima.
A afirmação ocorreu durante Audiência Pública da Comissão Mista de Orçamento (CMO).
O parlamentar destacou que houve queda da inflação quando a Câmara votou a redução de tributos derivados de petróleo, energia e comunicação, e que ela tende a se mostrar resistente às políticas altas de juros.
“Ou a gente melhora as premissas do Banco Central, ou o Brasil todo vai trabalhar para atender a Faria Lima, essa que é a grande realidade. Não há preocupação ou discussão sobre a questão do custo da dívida, lembrando também que essa política de juros quando votada nessa casa foi, a redução dos tributos derivados de petróleo, energia e comunicação, é que nós tivemos a queda da inflação que se mostrou resistente a essa política alta de juros e que esse remédio citado aí não foi a solução”, afirma Sidney.
O deputado federal do Amazonas disse ainda que é preciso discutir soluções para esses problemas ao invés de debater redução de gastos de investimento na saúde, educação ou infraestrutura, e lembrou que é preciso falar sobre o volume dessa dívida que nunca reduz e assim corrigir distorções em um país desigual.
Leite afirmou também ser favorável aos tributos propostos pelo Governo para os chamados ‘super-ricos’ e lembrou enquanto membro do grupo de trabalho da Reforma Tributária que todos eles estavam representados no debate, mas que o trabalhador nunca é lembrado nessas discussões.
“A gente não vê resistência nessa casa quando é para tributar pobre trabalhador. Eu fiz parte do grupo da reforma tributária e não vi ninguém discutir a situação do pobre, do trabalhador, mas todos os outros setores estavam representados, então eu quero dizer que não discordo de tributar o que o governo está propondo para cá. Até quando a classe trabalhadora desse país vai ter que garantir a receita tributária desse país?”, pergunta.
Segundo o governo, o novo Arcabouço facilita o crescimento sem comprometer a responsabilidade fiscal. O texto foi sancionado, com vetos, em 31 de agosto, e as novas regras procuram manter as despesas abaixo das receitas a cada ano e, em caso de sobras, elas deverão ser usadas apenas em investimentos, buscando trajetória de sustentabilidade da dívida pública.