Ostentando carro do ano, viagens, roupas de marca, os influenciadores digitais movimentaram mais de R$ 5 milhões ao longo de dois anos em esquema fraudulento de rifas clandestinas e crimes cibernéticos. É o que descobriu a investigação da Polícia Civil do Amazonas.
Eles utilizavam as redes sociais como um instrumento para aplicação de golpes milionários.
A quadrilha foi presa nesta quinta-feira (29/06), durante a Operação Dracma, realizada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio dos 13° e 15° Distritos Integrados de Polícia (DIPs).
As investigações apontaram que os influenciadores atuavam promovendo a divulgação de sorteios clandestinos em um sistema de premiação sem registro, escoando posteriormente os valores, a fim de dissimular e ocultar, dificultando a atuação de autoridades de fiscalização e controle por parte do Ministério da Economia.
Os alvos de investigação foram João Lucas da Silva Alves, 24, conhecido como “Lucas Picolé”; e Enzo Felipe da Silva Oliveira, 24, o “Mano queixo”, foram presos em flagrantes com drogas sintéticas (LSD), munições e uma motocicleta adulterada.
“Lucas Picolé” também foi autuado por receptação qualificada, juntamente com sua cunhada, Flávia Ketlen Matos da Silva, 34. A influenciadora digital Isabelly Aurora também foi alvo de mandados de busca e apreensão e indiciada. Toda a ação policial, ocorreu no bairro Novo Aleixo, zona norte, e em uma loja no bairro Parque Dez de Novembro, zona centro-sul.
Durante a operação foram dadas voz de prisão para João Lucas, Enzo Felipe que estavam em posse de drogas sintéticas (LSD), munições e uma motocicleta adulterada. “Lucas Picolé” também foi autuado por receptação qualificada, juntamente com sua cunhada, Flávia Ketlen Matos da Silva, 34.
Conforme o delegado Cícero Túlio, que comandou a operação, os policiais já vinham investigando o grupo há cerca de cinco meses.
“O grupo escoava os valores obtidos na compra de veículos de luxo. ‘Lucas Picolé’ e Flávia Ketlen mantinham esses valores levantados e montaram uma empresa de fachada. Durante as buscas na loja do Lucas, foram apreendidos mais de uma tonelada de produtos falsificados, notas e cupons que atestam que a recebedora dos valores da prática da pirataria era Flávia Ketlen. Razão pelo qual ambos foram flagranteados pela receptação qualificada”, explicou a autoridade policial.
A PC-AM apurou que parte dos prêmios das rifas e sorteios já são comprados em nome dos ganhadores antes mesmo deles ocorrerem, levando a crer que em alguns casos o próprio ganhador tem participação no esquema criminoso.
“Eles anunciam rifas de veículos avaliados em mais de R$ 200 mil, cuja disputa se dá pela aquisição de bilhetes eletrônicos vendidos por centavos. Os valores arrecadados nos golpes são escoados na compra de veículos de luxo, aluguéis e aquisição de imóveis de alto padrão, além de serem reinvestidos em uma loja de marcas de grife que comercializa produtos falsificados”, relata Cícero Túlio.
Segundo a autoridade policial, foi possível identificar a ligação dos investigados com influenciadores de outros estados do país, que utilizam a mesma plataforma de sorteios, lavando a crer que existe uma grande rede de criminosos que operam esse esquema em todo Brasil.
As investigações também indicam que “Lucas Picolé tem vínculo com outro influenciador digital conhecido nacionalmente, que já foi alvo de operações tanto da Polícia Federal (PF) como da Polícia Civil de São Paulo (PC-SP).
Entre os crimes estão estelionato, lavagem de dinheiro, associação criminosa, fraude no comércio, receptação qualificada, promoção de jogos de azar, publicidade enganosa e crimes contra as relações de consumo. O caso segue para audiência de custódia.