Tragédia que terminou com quatro mortes e o isolamento de moradores da Região Metropolitana de Manaus, o desabamento de duas pontes na BR-319 não tem expectativa real de ter um capítulo final.
Quase nove meses após o acidente, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) ainda improvisa soluções para quem precisa fazer a travessia diária pela região. A expectativa é que uma ponte provisória seja entregue somente em outubro deste ano, exatamente um ano depois do desabamento da ponte sobre o Rio Curuçá.
Em audiência pública na Assembleia Legislativa, o superintendente do DNIT, Luciano Moreira, disse que pontes provisórias estão programadas para outubro e que uma solução definitiva pode sair em abril do ano que vem, mas com possibilidade de atrasos.
As pontes desabaram ainda durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. Apesar de quatro mortes, Bolsonaro não se manifestou sobre o assunto, mesmo estando em período eleitoral.
Restou ao governo do Amazonas atuar na montagem de estruturas provisórias de suporte à população, mesmo sendo essa uma obrigação federal, já que a estrada é de responsabilidade da União.
Depois de muitas críticas, o Ministério da Infraestrutura anunciou soluções temporárias e aterrou o rio Curuçá para que a travessia improvisada pudesse ser feita. Acontece que o rio subiu e a força das águas levou o aterro, dando à crise de infraestrutura uma vertente de problema ambiental.
Os órgãos de fiscalização seguem em silêncio. Apenas depois de nove convites, é que o DNIT mandou representantes para explicar aos deputados do Amazonas as medidas em curso para solucionar os problemas da população, que critica a precariedade e demora das balsas adotadas, no momento, para fazer a travessia provisória.
A situação precária da estrada causa prejuízos aos municípios de Autazes, Careiro Castanho, Careiro da Várzea, Nova Olinda do Norte e Manaquiri.
Mudou o comando do governo federal, Lula assumiu, mas isso não se converteu em maior celeridade em busca de soluções para a população daquela região.