O Instituto de Proteção Ambiental do Estado do Amazonas (Ipaam) definiu o prazo de 30 dias, a contar desta segunda-feira (23), para emitir um parecer final, ou solicitar a complementação de novas informações e dados, sobre o projeto para implantação de um aterro sanitário no município de Iranduba (a 27 quilômetros de Manaus).
A audiência ocorreu na tarde de ontem (22) em meio a um grande tumulto envolvendo moradores contrários ao projeto. Esta é a terceira audiência que envolve a empresa Norte Ambiental (autora do projeto do aterro), na Escola Estadual de Tempo Integral Maria Izabel Xavier Desterro e Silva, localizada no Km 1, da rodovia Carlos Braga (AM-070).
Cerca de 300 pessoas, entre moradores e representantes de entidades civis e públicas municipais e estaduais, participaram da audiência.
De acordo com o Ipaam, o projeto do aterro agora será analisado por uma comissão multidisciplinar que irá checar as informações e dados, e se não tiver nenhum outro questionamento, o órgão irá emitir a licença prévia para implantação do projeto. Será o primeiro no Amazonas e na Região Norte que irá operar de acordo com a legislação sanitária e ambiental, colocando o Estado na dianteira das ações do setor no país.
Em sua apresentação sobre o Estudo e Relatório de Impacto Ambiental (EIA /Rima) do aterro, o especialista em Economia Ambiental e Finanças Públicas, presidente do Instituto Piatam e consultor do projeto, Alexandre Rivas, esclareceu dúvidas sobre o processo de impermeabilização do solo do aterro, que evita qualquer tipo de contaminação de lençóis freáticos e da terra com os resíduos descartados e sobre o processo de transporte e armazenamento que impossibilita a contaminação do ar com mal cheiro e também o surgimento de animais como ratos e urubus.
“Além de todas as conquistas ambientais e para a saúde da população de Iranduba, o projeto é privado, sem custos para os cofres públicos e irá gerar empregos e renda para o município”, acrescentou Rivas.
Entre os apoiadores do projeto, a moradora de uma comunidade próxima ao atual lixão irregular, Rosane Correia, questionou aos demais participantes da audiência.
“Para onde vocês acham que vai o lixo que produzem nas suas casas todo dia? Eu respondo: uma parte vai para um lixão no Cacau Pirêra e a maior parte é jogada no lixão do Km 8, que está afetando a vida de todos que moram na região e já está contaminando o balneário do Sagui Mirim e a comunidade do São José, inclusive uma escola que retira a água de um poço artesiano. O aterro é a única solução para esses problemas”, afirmou Rosane.