Serpentes seguem como principal peçonhento envolvido nas ocorrências
O cenário de acidentes por animais peçonhentos no Amazonas segue em redução de 7,6%, no comparativo com o ano passado. Foram registradas 2.246 notificações de janeiro a agosto deste ano, e 2.431 casos no mesmo período em 2021. No Amazonas, a Vigilância de Zoonoses é realizada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), autarquia vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM).
A redução vem sendo observada desde o primeiro semestre deste ano, quando o estado apresentou redução de 15% do cenário no comparativo entre os primeiros cinco meses de 2022 em comparação com o ano anterior.
De acordo com o gerente de Zoonoses do Departamento de Vigilância Ambiental da FVS-RCP, Deugles Cardoso, a redução de casos de acidentes por animais peçonhentos é esperada, anualmente, no período de vazante dos rios no Amazonas, geralmente entre os meses de junho a novembro.
“Na cheia, os animais buscam locais para se abrigar e podem entrar em contato com áreas residenciais, o que pode causar acidentes. Já na vazante dos rios, esses animais voltam a ter acesso a maior quantidade de terra firme e retornam ao habitat natural apresentando risco de acidentes, principalmente, na população ribeirinha”, afirma Deugles.
Apesar da redução, a orientação da Vigilância em Saúde do Amazonas é que a população mantenha os cuidados preventivos para evitar casos de acidentes. Em época de vazante, é possível identificar peçonhentos mais presentes em áreas próximas a florestas.
“Populações que trabalham na floresta podem se deparar com animais peçonhentos, como as serpentes, e devem usar equipamentos de proteção. O simples uso de bota, por exemplo, pode reduzir em 80% o risco de acidentes”, acrescenta o gerente de Zoonoses da FVS-RCP.
Cenário
De janeiro a setembro (até o dia 16) deste ano, os animais peçonhentos mais envolvidos em acidentes foram: serpente (1.473), escorpião (376), aranha (201), abelha (74) e lagarta (21).
Também de janeiro a 16 de setembro deste ano, os municípios que mais apresentaram registros de casos foram: Manaus (233), Itacoatiara (126), Rio Preto da Eva (120), Parintins (110) e Maués (105).
Prevenção
Entre as medidas preventivas para evitar acidentes por animais peçonhentos estão o uso de botas de borracha de cano longo, para quem trabalha com agricultura e acessa as florestas. Outras recomendações incluem a manutenção de quintais e jardins limpos, evitar acúmulo de folhas secas e lixo domiciliar.
Também é importante evitar a formação de ambientes favoráveis ao abrigo de escorpiões, como obras de construção civil e terraplanagens que possam deixar entulho, superfícies sem revestimento e umidade. Além disso, é recomendado colocar telas nas aberturas de ventilação de porões e manter assoalhos fechados.
Atendimento
Em caso de acidentes com animais peçonhentos, o paciente deve procurar o mais rápido possível a emergência do hospital mais próximo para o atendimento e, se necessário, receber o soro compatível. Em Manaus, esse tipo de atendimento é realizado na Fundação de Medicina Tropical – Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD).
Referência
A FVS-RCP é responsável pela Vigilância em Saúde do Amazonas, incluindo o monitoramento de indicadores de acidentes com animais peçonhentos, por meio do Departamento de Vigilância Ambiental e Controle de Doenças (DVA/FVS-RCP) via Gerência de Zoonoses (GZ/DVA/FVS-RCP).
A instituição funciona de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h, na avenida Torquato Tapajós, 4.010, Colônia Santo Antônio, Manaus. O contato telefônico da FVS-RCP é o (92) 3182-8510.
FOTOS: Girlene Medeiros/FVS-RCP