A Fundação Hospitalar de Hematologia e Hemoterapia do Amazonas (Hemoam) lançou, nesta quarta-feira (24/08), o projeto “Primeira Doação”, criado para incentivar a doação de sangue entre os jovens a partir dos 16 anos. A iniciativa em parceria com a Secretaria de Estado de Educação e Desporto (Seduc) envolve a mobilização dos adolescentes com essa faixa etária dentro das escolas da rede pública estadual.
A primeira unidade educacional a receber o projeto foi a Escola Estadual Sólon de Lucena. O lançamento contou com a participação de um grupo de teatro do Liceu de Artes e Ofícios Claudio Santoro, que apresentou uma peça sobre doação de sangue. Após o evento, os estudantes fizeram a primeira doação na própria escola, por meio do popular Vampirão – unidade móvel de coleta de sangue do Hemoam.
Railane Fernandes Azevedo, de 16 anos, foi uma das estudantes que aderiu a ideia e realizou sua primeira doação. “Eu já tinha vontade de começar a doar sangue antes de completar 16 anos, por já ter pessoas na família que doam sangue e por saber a importância da causa e saber que estou ajudando a salvar vidas”, afirmou.
A doação nessa faixa etária exige a participação de um responsável legal do adolescente. No caso de Railane, a mãe dela fez questão de estar presente.
Para a médica hematologista e diretora-presidente do Hemoam, Socorro Sampaio, a ação de ir às escolas mobilizar esse público é estratégica como forma de aumentar a população de doadores voluntários na capital.
“Atualmente, menos de 1% dos candidatos à doação têm entre 16 e 17 anos, quando é a partir dessa idade que os jovens podem se tornar doadores de sangue. Esses cidadãos estão em processo de formação e queremos sensibilizá-los da necessidade e importância que um simples gesto pode fazer na vida de outras pessoas”, disse Sampaio.
De acordo com dados do Hemosys (sistema que gerencia desde o cadastro do doador até a distribuição da bolsa de sangue), todos os meses em média 25 menores de idade se candidatam à doação de sangue na Fundação Hemoam. O número representa 0,46% do total de cadastros (5.260) feitos por mês.
Apesar dos números ainda baixos, o Hemoam registrou aumento nos cadastros de doadores nesta faixa etária. Somente no primeiro semestre de 2022 (492 candidatos à doação) a quantidade de candidatos à doação deste público já é mais que o dobro do que o registrado em todo o ano de 2021 (239 candidatos à doação).
Com o intuito de continuar nessa crescente de doações entre os jovens e sensibilizar ainda mais a formação da nova geração de doadores, o projeto “Primeira Doação” vai até outras unidades estudantis. A cada mês a unidade de coleta móvel estará numa escola diferente. Na próxima semana a campanha será na Escola Estadual Ângelo Ramazzotti.
“Hoje a juventude tem uma postura diferente em relação a muitas coisas, acredito que nós vamos ter um êxito nessa campanha com esse público, a educação vai abraçar junto com o Hemoam essa causa, envolvendo nossos professores, nossos gestores e os alunos na conscientização de que se precisa fazer esse ato, um ato de amor, de coragem e cuidado com o outro”, esclarece a secretária executiva adjunta pedagógica da Seduc, Hellen Matute.
RANKING
1º. Doadores 18 a 29 anos (média de 40%)
2º. Doadores 30 a 39 anos (média de 30%)
3º. Doadores 40 a 49 anos (média de 20%)
4º. Doadores 50 a 59 anos (média de 8%)
5º. Doadores 60 anos ou mais (média de 1,5%)
6º. Doadores com 16 e 17 anos (média de 0,5%)
Fotos: Assessoria / Hemoam