Nesta quinta-feira, às 19h, acontece a pré-estreia do filme “Sete Cores da Amazônia”, no Cine Teatro Guarany, localizado na avenida Sete de Setembro, área central. O longa conta a história de Sarah, uma menina que vive em uma das inúmeras palafitas de Manaus e embarca em uma jornada de descoberta de suas raízes indígenas ao conhecer a avó Ceucy. Adaptado da História em Quadrinhos do escritor e ilustrador amazonense, Ademar Vieira, e de Tieê Santos, a direção do longa é assinada por Ana Lígia Pimentel.
A vontade de levar Sete Cores para as telas surgiu no momento em que a diretora leu o livro pela primeira vez, um presente de uma amiga que disse à Pimentel que iria gostar das obras de Ademar Vieira.
“Li praticamente todos, mas o Sete Cores foi o livro que me emocionei muito. Pensei ‘isso dá um filme’. É uma história linda, simples e que mostra a engrenagem inteira de Manaus. O texto fala de tudo o que acontece na cidade de alguma forma”, conta Ana Lígia. “É um livro infantil, porém ao mesmo tempo tem questões políticas profundas o tempo inteiro e em todas cenas. Fiquei muito interessada em fazer”, ressaltou.
A diretora explica que a ideia nasceu como um curta, contudo foi aprimorada em uma colaboração conjunta com Ademar Vieira até chegar no resultado final que será divulgado nesta quinta-feira. Pimentel pretende exibir seu filme e levar esse olhar novo sob a Amazônia para festivais internacionais.
A produção do Sete Cores da Amazônia enfrentou desafios impostos pela pandemia. Uma parte do filme foi gravada em abril de 2021 e a outra em maio. Após esse período, começou a edição do longa.
Para ajudar na parte financeira, o apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC) e a parceria com a TV Encontro das Águas foram essenciais para tornar o filme ‘Sete Cores da Amazônia’ realidade. O processo todo de produção do longa durou 1 ano e três meses.
Uma das participações especiais é da atriz amazonense Bitta Catão que além de ser a avó Ceucy quando jovem, assumiu desafios novos atrás das câmeras como diretora de arte, diretora de produção e responsável pela preparação do elenco e locação.
“O filme ‘Sete Cores da Amazônia’ foi minha primeira produção por trás das câmeras, e me surpreendi comigo mesma por toda dedicação que tive. Acabei me descobrindo nessa arte. Dei o meu melhor em tudo que envolvia o filme, foram dias e noites na pré-produção, na produção e pós-produção. Os locais escolhidos foram um desafio, na favela por conta da realidade delicada, no rio e na floresta por serem ambientes nos quais não temos tanto controle por se tratar da natureza. Realmente foi desafiador conciliar tudo de forma mais tranquila”, comenta Catão. “Agradeço a diretora Ana Lígia pela confiança, o elenco e a equipe. Não é fácil fazer um longa com o recurso que tínhamos, mas graças a Deus conseguimos e o resultado é esse. Estou muito feliz e temos outros projetos, esse foi só o primeiro de muitos”, comemorou a atriz que irá participar de mais produções por trás das câmeras.
Indicado ao prêmio Jabuti em 2021 pelo livro “Ajuricaba”, Ademar Vieira revelou que a adaptação foi uma grata surpresa, visto que não esperava que uma obra nova fosse adaptada tão cedo para as telonas.
“‘Sete Cores’ é de 2018 e graças às políticas de fomento à Cultura, virou filme. Isso é maravilhoso e agora o Amazonas poderá participar de diversos festivais mundo afora. Para mim é uma honra estar no centro disso tudo. Eu sou de Manaus e quis fazer uma história que sintetizasse essa experiência de ser de Manaus, uma grande cidade com grandes problemas urbanos, mas situada no meio da floresta amazônica. Então, usei uma personagem que é uma criança que cresce em péssimas condições de saneamento e urbanização e que descobre a sua origem indígena, uma cultura ancestral, milenar e riquíssima”, revela o autor.
O filme ‘Sete Cores da Amazônia’ é um dos projetos contemplados pelo edital Prêmio Feliciano Lana da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas (SEC). Ele será exibido na segunda semana de setembro para o público no Cine Teatro Guarany.