A Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf) lançou, nesta segunda-feira (1º/08), a segunda etapa da campanha de vacinação contra a Febre Aftosa (FA) de bovinos e bubalinos de até 24 meses. O início simbólico do processo de imunização do rebanho, que se estenderá até o dia 14 de setembro, aconteceu na propriedade Fazenda Santa Rosa, localizada no quilômetro 5, da Estrada do Caldeirão, no município de Iranduba (distante 27 quilômetros de Manaus).
Nesta fase da campanha, os criadores têm até o dia 29 de setembro para notificar a vacinação, junto ao escritório da Adaf onde a propriedade estiver cadastrada. São contemplados, nesta etapa, os municípios de: Alvarães, Amaturá, Anamã, Anori, Atalaia do Norte, Autazes, Barreirinha, Benjamin Constant, Beruri, Boa Vista do Ramos, Borba, Caapiranga, Careiro, Careiro da Várzea, Coari, Codajás, Fonte Boa, Iranduba, Itacoatiara, Itapiranga, Japurá, Jutaí, Manacapuru, Manaquiri, Manaus, Maraã, Maués, Nhamundá, Nova Olinda do Norte, Parintins, Rio Preto da Eva, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença, São Sebastião do Uatumã, Silves, Tabatinga, Tefé, Tonantins, Uarini, Urucará e Urucurituba.
O diretor-presidente da Adaf, Alexandre Araújo, destacou a importância da campanha de vacinação contra a doença para assegurar elevados índices de vacinação, conforme preconiza o Programa Nacional de Vigilância para a Febre Aftosa (Pnefa).
“Estes animais estão saindo agora da terra firme e indo para a várzea. No momento em que eles saem da terra firme, eles devem ser vacinados para assegurar a sanidade desse rebanho. Por isso, a Adaf está promovendo esta campanha com o objetivo de vacinar 100% do rebanho dos 41 municípios, que são em torno de 540 mil animais. Isto é muito importante para o Amazonas, para que em breve nós possamos retirar a vacinação de febre aftosa”, destacou.
A vacinação de bovídeos é obrigatória e consiste em uma das estratégias do Pnefa, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para garantir o status desses municípios como zona livre de febre aftosa com vacinação. Além de essencial para garantir a sanidade do rebanho do Estado, a medida assegura a qualidade dos alimentos que chegam à mesa dos amazonenses.
Presente na abertura, o secretário de Estado de Produção Rural (Sepror), Petrucio Magalhães Júnior, ressaltou o papel do Amazonas como referência nacional no programa de erradicação da Febre Aftosa.
“Nós já temos 13 municípios com reconhecimento internacional no sul, colocando a pecuária do Amazonas na elite da pecuária nacional. Mas não é só esse o resultado da sanidade, nós temos investido muito em uma pecuária sustentável. O nosso rebanho cresceu nesses últimos quatro anos. Em 2019, era de 1,6 milhão cabeças, hoje passa de 2 milhões, mas a gente quer provar que além da sanidade é possível nós produzirmos alimentos sustentáveis, termos uma pecuária com integração lavoura/ pecuária/ floresta, garantindo a nossa floresta em pé”, pontuou o secretário.
E acrescentou que é perfeitamente possível. “A gente tem tecnologias para isso. E nós queremos provar que com genética, com manejo e sanidade a nossa pecuária no bioma amazônico será referência internacional”, afirmou.
O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas (Faea), Muni Lourenço, chamou a atenção para a importância da vacinação de bovinos e bubalinos, e consequentemente para os produtores locais.
“Para todos nós pecuaristas é mais um momento muito importante para que nós possamos continuar avançando em termos da sanidade do rebanho amazonense. Principalmente, com vistas à grande meta de também unificar o status sanitário do Amazonas para livre de aftosa sem vacinação”, avaliou.
Muni Lourenço destacou que para o estado alcançar esse patamar é muito importante que se tenha mais uma grande campanha de vacinação nos 41 municípios. “Podermos estar muito próximos de 100% do rebanho vacinado. Esse é um momento especial e a gente conclama todos os amigos pecuaristas para que realmente, a partir de hoje adquiram as doses de vacina, apliquem a vacina nos seus animais e notifiquem essa vacinação perante os escritórios da Adaf nos municípios”, destacou.
Expectativa
A expectativa é que, nesta etapa, 230 mil bovídeos de até 24 meses recebam a vacina, no Amazonas. O imunizante pode ser adquirido junto ao Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas (Idam) ou nas casas agropecuárias cadastradas junto à Adaf. Os produtores que deixarem de vacinar seu rebanho estarão sujeitos a multa de R$ 40 por animal, mais R$ 300 por propriedade.
A Adaf reforça que todos os produtores precisam fazer a vacinação dentro do prazo e efetuar a notificação até o dia 29 de setembro em um dos escritórios da autarquia.
Febre Aftosa
A Febre Aftosa (FA) é uma doença causada por um vírus de RNA da família Picornaviridae e do gênero Apthovirus altamente contagioso, que acomete bovinos, bubalinos, caprinos, ovinos, suínos e outros animais de cascos fendidos. A transmissão acontece principalmente por via respiratória ou por contato direto ou indireto com animais infectados.
Entre os sintomas da doença estão febre e lesões na boca, narinas, focinho, patas ou tetas. Sinais clínicos como perda de apetite, salivação excessiva, diminuição da produção de leite, e dificuldade de locomoção devem acender o alerta entre os criadores.
A Adaf orienta que casos suspeitos de Febre Aftosa sejam comunicados imediatamente à Gerência de Defesa Animal (GDA) da Agência de Defesa, por meio do número (92) 99255-5409.
Vacinação em números
Neste ano, durante a primeira etapa da campanha de vacinação contra a aftosa nos 41 municípios – realizada de 15 de março a 30 de maio –, foram vacinados 512,2 mil bovinos e bubalinos, distribuídos em 7,7 mil propriedades. O número representou uma cobertura vacinal de 95,41% frente os 536,9 mil animais aptos a receber a vacina naquele período.
FOTO: Divulgação/Adaf