O lançamento do primeiro EP de vinil da banda Os Acossados acontecerá no próximo sábado, dia 25/06, às 21h, com uma apresentação especial no Quiosque Beer, localizado na Rua Bartolomeu Bueno, bairro Dom Pedro. Também haverá as apresentações das bandas Poesia Maldita e Renegados Pelo Sistema. Os ingressos para curtir o evento serão vendidos ao valor de R$ 10 e o vinil por R$ 60.
No entanto, já é possível escutar o EP Acossados em todas as plataformas de streaming e no canal do YouTube. O lançamento no digital aconteceu em fevereiro, por meio do Selo Maxilar, em parceria com a Ditto Music.
A banda foi formada em 2012 e é composta por Mônica Cardoso (na voz), Renato Henriques (no baixo e órgão), Álex Jansen (na guitarra) e Wagner Silva (na bateria). Com 10 anos de carreira, o grupo foi contemplado com o edital “Conexões Culturais 2019”, da Manauscult, para realizar um sonho antigo: produzir um EP e lançá-lo no formato de vinil.
“O edital permitiu cobrir os gastos de masterização, prensagem e material gráfico, permitindo assim a obra que temos em mãos. No entanto, recentemente o mundo teve uma crise de escassez da matéria prima para confeccionar discos em vinil. Isso acarretou um atraso na fabricação. Mas que, felizmente, foi contornado e hoje estamos felizes de ter nossa primeira obra física em mãos. Antes já tínhamos gravações, lançadas em formato apenas digital”, destaca Mônica.
A paixão dos integrantes da banda por discos de vinil remete à infância e juventude. Como ávidos colecionadores de vinil e equipamentos de época, esse formato, de acordo com eles, é uma maneira diferente de escutar música e colecionar memórias.
Para a gravação do álbum, o grupo fez questão de utilizar instrumentos e amplificadores vintage ou semelhantes aos utilizados nos anos 60 e 70, captados em um gravador de quatro pistas.
As quatro faixas autorais que compõem o álbum são To nervosa, de autoria de Mônica Cardoso e Ayrton Mugnaini Jr, integrante do Língua de Trapo – banda de punk oitentista que foi referência no Brasil em levar o gênero para o lado mais artístico; Eu sinto pena; To acossado; e Espectro, que são composições de Renato Henriques.
Mais sobre o EP
O EP traz a essência d’Os Acossados, que é o rock de garagem dos anos 60. Com o uso constante de distorção tipo fuzz, órgãos compactos, bateria tribal, vocais intensos e abafados, as faixas possuem um ritmo rápido e frenético, que acompanha a duração de cada canção, que não passam de 2:30 minutos.
As letras, assim como no gênero que os influenciam, versam desde desilusões amorosas, críticas sociais, a temas mais experimentais.
Todo esse universo foi absorvido no som d’Os Acossados que possuem a energia e o criticismo do punk rock atual, ao mesmo tempo em que resgata a estética visual e sonora das mais obscuras bandas da década de 1960.
Origem da banda
Os fundadores da banda, Mônica e Renato, são um casal. Ela é da cidade de São Paulo e ele de Campinas, mas vivem em Manaus desde 2010. “Os Acossados iniciaram suas atividades em 2012, em uma viagem a São Gabriel da Cachoeira, quando conheceram Caterina, a primeira organista da banda. Anos mais tarde, Caterina precisou se mudar e então Mônica e Renato convidaram para completar o grupo Álex Jansen e Wagner Silva, ex-integrantes da banda Banana Punk, que atuaram na cena underground de Manaus nos anos 2000. Essa é a formação até hoje.
Suas principais referências vêm do rock mais “sujo” e experimental, lembrando artistas como Del-vets, Wanderléa, além da coletânea Nuggets (versão internacional e brasileira), que abarca diversas bandas e artistas de garage punk dos anos 60.
O nome da banda “Acossados” também possui inspiração na década de 60. O Título foi tirado da versão traduzida de um filme de Jean-Luc Godard.
“A atitude, intelectualismo e espírito do ‘faça você mesmo’ do cinema Nouvelle Vague lembra muito a maneira como trabalhamos com a música, como por exemplo, a gravação do álbum ‘Os Acossados’ foi toda conduzida pela própria banda, na garagem do prédio do baterista (Wagner). Sem contar com um estúdio, produtor, etc. Além disso, o termo ‘acossado’ reflete bem a posição que ficamos (é um rock independente, mas diferente das outras bandas ‘indie’. É punk, mas é mais “psicodélico” que as outras bandas do gênero”, explica Mônica.