Anunciado oficialmente pelo governador Wilson Lima no dia 24 de março, na arena do Bumbódromo, o 55º Festival Folclórico de Parintins (a 369 quilômetros de Manaus), vai injetar entre R$ 80 e R$ 100 milhões na economia do município, segundo dados da Prefeitura de Parintins. A festa, que é o principal motor da economia local, deixou de ser realizada durante dois anos, em razão da pandemia de Covid-19. Com o avanço da vacinação e a queda nos indicadores de novos casos e mortes pela doença, o evento vai acontecer nos dias 24, 25 e 26 de junho.
Muito além de manter viva a tradição de Caprichoso e Garantido, o festival impulsiona atividades econômicas do município em diversos setores. Em 2019 – última edição antes da pandemia –, mais de 60 mil pessoas visitaram a cidade no período da festa, assegurando a geração de emprego e renda para a população de Parintins.
Para este ano, com o retorno da festa e a presença dos turistas na Ilha Tupinambarana, comerciantes e prestadores de serviços estimam aumento de 85% a 90% na lucratividade.
“Quando foi decretado que tínhamos que fechar, fomos muito atingidos, porque não éramos serviço essencial. Tivemos que reduzir nossa margem, reduzir custo, demitir funcionários, pagar indenização parcelada. A expectativa é muito grande por conta do anúncio do festival, já passamos a fazer compras, estamos com uma prospecção de vendas melhor e querendo contratar pessoal para trabalhar nesse período”, celebrou a comerciante Andrea Baba, proprietária de uma loja de cosméticos.
Emocionada, ela comenta que voltar a ter o festival é uma alegria e um alívio para toda a cidade. “Quando anunciou o festival, parece que foi uma luz para Parintins. Eu me emociono porque parece que saiu uma nuvem negra de Parintins e vai começar o movimento. A retomada do festival é muito importante para os lojistas e para toda a economia do município”, acrescentou a empreendedora.
Recuperação
A empresária Dalva Nascimento atua no ramo da hotelaria, um dos mais demandados no período do festival. Para ela, os dois anos sem a festa foram danosos para toda a cadeia de serviços e comércios da cidade.
“Eu costumo dizer que o parintinense não dança boi, ele trabalha e consegue esse recurso financeiro maior no período do festival. Nós já tínhamos cinco apartamentos alugados e pagos desde 2019, assim que acabou o festival. Logo que saiu a notícia de que o festival aconteceria (em 2022), de 15 em 15 minutos as pessoas estavam ligando. A satisfação é muito grande”, afirmou Dalva, que pretende ampliar a pousada para conseguir receber um número maior de hóspedes.
Iguaria muito apreciada pelo parintinense e por quem visita a cidade, o tacacá é a única fonte de renda para a família de Lilley Garcia, que atua no segmento há mais de 60 anos. A tacacazeira conta que festejou a notícia da realização do festival.
“É uma alegria imensa, porque ficar parado não é fácil, principalmente para nós que vivemos disso, a nossa única fonte de renda é o tacacá, então, durante os dois anos de pandemia nós sentimos muito. Quando soubemos que ia ter festival este ano, foi uma alegria para todos nós, porque a gente respira festival. Enquanto uns vêm brincar, matar a saudade, nós vamos retomar a nossa rotina normal, que é trabalhar”, disse Lilley.
Mais postos de trabalho
Além do retorno da festa em 2022, Wilson Lima também anunciou a reforma do Bumbódromo, palco das apresentações. Com investimento de R$ 5,7 milhões, as obras também vão gerar postos de trabalho para os parintinenses.
“Todos os trabalhadores envolvidos na reforma do Bumbódromo têm que ser de Parintins, tem que empregar o povo daqui, que acabou sendo muito prejudicado por conta da pandemia. Não tivemos o festival e isso significou a perda de dinheiro para a tacacazeira, para o mototaxista, para o taxista, para quem trabalha com alimentação, para quem trabalha com hotelaria, para quem é artista, para quem trabalha com o boi”, enfatizou o governador Wilson Lima, em Parintins, durante o anúncio da realização do festival, no dia 24 de março.
Durante os anos de 2020 e 2021, o Governo do Amazonas realizou lives das apresentações dos bois, sem a presença de público e cumprindo os protocolos contra a Covid-19. Os espetáculos reduzidos foram a alternativa encontrada para fomentar a economia local, promovendo renda, principalmente, para os artistas dos bumbás.