O Governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), transferiu para Manaus, na manhã desta quinta-feira (17/03), os irmãos Gleiçon e Glauco Carvalho Ferreira, de 9 e 7 anos, respectivamente. Ambos estão estáveis e receberam os primeiros cuidados de assistência no município de Manicoré (a 332 quilômetros da capital), onde residem, após 27 dias perdidos na floresta.
Os pacientes estavam internados no Hospital Regional Dr. Hamilton Cidade e foram transferidos para a capital em uma aeronave bimotor, modelo Embraer EMB-110 Bandeirante, e estão no Hospital e Pronto-Socorro da Criança (HPSC) Zona Oeste.
Os irmãos chegaram à unidade hospitalar de Manicoré, na noite de terça-feira (15/03), apresentando quadro grave de desnutrição grave, desidratação e escoriações na pele, porém estáveis, segundo a secretaria municipal de Saúde. Eles foram removidos, por meio de uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) aérea, para recuperação e continuidade do tratamento em Manaus. Antes de saírem do hospital e do embarque, os pacientes foram avaliados por uma equipe médica, que atestou total condição clínica para a realização da viagem.
Remoção
A aeronave decolou para Manicoré às 8h44 desta quinta-feira com uma equipe de saúde, composta por um médico e um enfermeiro, além do piloto e copiloto. O avião desembarcou com as crianças na capital por volta das 11h, no hangar da empresa Manaus Aerotáxi, na zona oeste da cidade. Acompanhados dos pais e do médico pediatra Eugênio Tavares, eles foram conduzidos em uma ambulância tipo UTI móvel para o HPSC.
“Esse tempo tão longo sem se alimentar pode gerar problemas intestinais, dificuldades de absorção de alimentos, e tudo isso precisa de uma assistência especializada. Esse hospital é especializado com médicos de excelência. Pediatras intensivistas, nutricionistas, gastroenterologista. Temos apoio psicológico, e essas crianças vão estar superbem assistidas”, afirmou Anoar Samad, secretário de Estado de Saúde.
Assistência
Segundo o médico pediatra, os irmãos estão clinicamente estáveis e receberão os cuidados para o quadro de desnutrição e das escoriações.
“Eles estão graves, mas estáveis dentro da patologia que têm, desnutrição e algumas infecções de pele, no ouvido e nas costas. A frequência respiratória está normal, não têm tosse e estão urinando bem. A preocupação era o rim, mas já voltou a funcionar muito bem. O cuidado é tratar as infecções que ainda existem e a alimentação cuidadosa, para saber se vão tolerar a dieta progressiva e ganhar peso”, explicou Eugênio Tavares.
De acordo com a diretora do HPSC Zona Oeste, Liege Menezes, os irmãos não necessitam de cuidados em leito de UTI e serão acompanhados em enfermaria.
“Temos toda uma estrutura necessária para essas crianças. Não foi necessário essas crianças serem admitidas na UTI. Vão ficar em leito de enfermaria, mas temos todos os especialistas necessários para que tenham uma excelente evolução e prognóstico. E esperamos que esse tratamento aconteça com todo sucesso”, afirmou a gestora.