A descoberta feita pela Universidade Federal do Ceará (UFC) possui propriedade bioativa que permite restaurar, de forma definitiva, lesões na polpa dentária
Encontrar uma solução menos invasiva ao tratamento endodôntico, também conhecido como canal, e reduzir a necessidade de extração de dentes. Esse foi o objetivo de duas bolsistas da CAPES, Elayne Valério Carvalho, doutora pelo Programa de Pós-Graduação em Química, e Julianne Coelho da Silva, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Odontologia. Ambas são pesquisadoras da Universidade Federal do Ceará (UFC) e criaram uma resina odontológica, a partir de nanopartículas, capaz de recuperar dentes danificados.
Elayne Carvalho conta que a resina nanotecnológica possui propriedade bioativa que permite restaurar, de forma definitiva, dentes danificados, com exposição da polpa. “Quando nós falamos de biomateriais, esse é um aspecto muito relevante, pois quanto melhor e mais parecido se imita a estrutura, a composição do tecido que se pretende regenerar, reconstruir, maior é a eficiência do biomaterial”, explica.
Além da resina também possuir ação antioxidante, que promove a regeneração óssea e acelera a produção de novas células. “Os resultados mostraram que essa resina foi eficaz em preservar o dano celular quando realizado o capeamento pulpar direto que é um procedimento que a gente faz para proteger o tecido e preservar a sua vitalidade”, conta Julianne Coelho da Silva, cirurgiã-dentista.
O invento, que promete ser uma alternativa menos dolorosa a quem precisa tratar danos graves dos dentes, recebeu carta-patente, expedida pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), com titularidade exclusiva da UFC. A expectativa é de que o material seja comercializado em breve, beneficiando toda a sociedade.