A Polícia Civil do Amazonas cumpriu, nesta quinta-feira (18), um mandado de busca e apreensão na residência da médica Juliana Brasil Santos, investigada em inquérito sobre a morte de Benício Xavier, de 6 anos, em Manaus. Durante a ação, foram apreendidos o celular da profissional, documentos e um carimbo que indicava especialidade em pediatria, que ela não possuía oficialmente.
Segundo a polícia, Juliana é investigada por prescrever uma dose de adrenalina considerada incorreta. A técnica de enfermagem Raiza Bentes, que aplicou o medicamento diretamente na veia da criança, também responde ao inquérito, embora não tenha sido alvo de mandado de busca nesta quinta-feira.
De acordo com a investigação, a médica admitiu o erro em documento encaminhado à polícia e em mensagens trocadas com outro profissional. A defesa afirmou que a admissão ocorreu “no calor do momento”.
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A Justiça determinou a suspensão cautelar do exercício profissional de Juliana e de Raiza por 12 meses, alegando risco à saúde pública, e comunicou o Conselho Regional de Medicina (CRM-AM), o Conselho Regional de Enfermagem (Coren-AM) e as secretarias de saúde estadual e municipal. Juliana e Raiza continuam respondendo ao inquérito em liberdade após a negativa do pedido de prisão preventiva pelo Ministério Público.
O delegado responsável pelo caso informou que Juliana pode responder por falsidade ideológica, uso de documento falso e homicídio doloso por dolo eventual, em razão do uso de carimbo e assinatura com referência à especialidade de pediatria sem possuir título oficial. A investigação segue com coleta de depoimentos e análise de documentos para esclarecer as circunstâncias do atendimento e possíveis responsabilidades criminais.
A defesa da médica declarou que Juliana, formada desde 2019, atuava legalmente e tinha experiência na área, planejando realizar a Prova de Título de Especialista em Pediatria (TEP) neste mês.


