A Polícia Civil do Amazonas informou que dois médicos estão no centro das investigações que apuram a morte de Benício Xavier, de 6 anos, ocorrida no Hospital Santa Júlia, em Manaus. Segundo as autoridades, os profissionais tiveram participação direta no atendimento prestado à criança durante a internação, especialmente no período em que o paciente esteve na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
De acordo com o delegado Marcelo Martins, responsável pelo caso, os médicos Luiz Felipe Sordi e Alexandra da Silva tiveram suas condutas incluídas na apuração após a análise de prontuários, protocolos médicos e depoimentos colhidos ao longo da investigação. Benício morreu no dia 23 de novembro, após complicações decorrentes do atendimento hospitalar, incluindo a administração de uma dosagem excessiva de adrenalina.
No caso do médico Luiz Felipe Sordi, a polícia analisa decisões tomadas durante o acompanhamento clínico da criança. Entre os pontos observados estão a não realização de intubação imediata, a ausência de solicitação de pareceres de especialistas considerados relevantes para o quadro apresentado e a autorização para alimentação do paciente em um momento que, segundo a investigação, exigia restrições clínicas.
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Já a atuação da médica Alexandra da Silva é avaliada em relação ao procedimento de intubação realizado posteriormente. Conforme informado pela Polícia Civil, o procedimento ocorreu após a criança ter se alimentado, sem que tivesse sido realizado o esvaziamento gástrico prévio. A investigação também aponta que, no momento da intubação, não havia outro médico disponível para prestar suporte em caso de intercorrências.
As informações fazem parte do inquérito policial que busca esclarecer as circunstâncias da morte da criança e identificar possíveis responsabilidades individuais. A Polícia Civil segue ouvindo envolvidos e analisando documentos técnicos antes da conclusão do procedimento investigativo.


