O ex-vereador de Manacapuru e servidor do INSS, Jucimar Fonseca da Silva, foi preso em flagrante durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS, na noite desta terça-feira (2), em Brasília. A CPMI investiga um esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários que teria causado um prejuízo bilionário aos cofres públicos.
Jucimar foi levado à capital federal por condução coercitiva, após tentar adiar seu comparecimento por meio de atestados médicos. A Polícia Legislativa o localizou nas proximidades de Manaus e realizou o deslocamento para garantir sua presença. Antes da prisão, a comissão já havia informado que os documentos médicos apresentados não haviam passado por perícia do Senado, o que motivou a ordem de condução.
Durante o depoimento, parlamentares apontaram contradições entre as declarações prestadas pelo ex-coordenador-geral de Pagamentos de Benefícios do INSS e informações fornecidas pelo Ministério Público. Ele afirmou que não havia sido convocado de forma regular e não confirmou datas que constavam em documentos oficiais. As divergências foram consideradas suficientes para que a CPMI determinasse sua prisão.
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Jucimar também reconheceu que assinou pareceres que atestavam a idoneidade da Conafer, entidade investigada por permitir descontos associativos e consignados sem autorização de beneficiários. Segundo dados apresentados pelo relator Alfredo Gaspar (União-AL), os valores relacionados ao esquema teriam passado de R$ 800 milhões em 2022 para R$ 3,5 bilhões em 2024, somando mais de R$ 6 bilhões.
O ex-vereador foi policial militar entre 2001 e 2012 e exerceu mandato em Manacapuru entre 2012 e 2016. Desde 2013, atua como técnico do Seguro Social no INSS, onde chegou a ocupar cargo de chefia na coordenação de pagamentos. A CPMI informou que continuará colhendo depoimentos e solicitará a prorrogação dos trabalhos até 2026.


