O período de festas de fim de ano é marcado pelo aumento no consumo de bebidas alcoólicas, incluindo confraternizações de Natal e Réveillon. Especialistas alertam que o excesso de álcool pode sobrecarregar o fígado, órgão responsável por metabolizar a substância.
De acordo com a gastroenterologista Ana Beatriz Figueiredo, professora da Afya Educação Médica em Manaus, o álcool é transformado pelo fígado em acetaldeído, uma substância tóxica que pode causar inflamação e lesões nas células hepáticas. Quando o consumo é frequente, esses efeitos podem evoluir para doenças como esteatose hepática, hepatite alcoólica e cirrose. O uso prolongado também aumenta o risco de câncer de fígado e problemas cardiovasculares.
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A médica esclarece que a percepção de “acostumar-se” ao álcool não significa proteção ao fígado. A tolerância ocorre com a produção maior de enzimas hepáticas, mas o dano continua acontecendo. Ela explica ainda que o tempo de recuperação varia de pessoa para pessoa: em cerca de 24 horas sem álcool, o fígado inicia a regeneração; em uma semana, há melhora mais significativa; e em torno de um mês, a recuperação pode ser considerável, dependendo da gravidade das lesões.
Ana Beatriz destaca que o tipo de bebida não determina a segurança do consumo. O risco está na quantidade e na frequência. Sintomas como dor no lado direito do abdome, fadiga, náuseas, urina escura, fezes claras e pele amarelada podem indicar sobrecarga hepática e devem ser avaliados por um profissional.
Como prevenção, especialistas recomendam intercalar álcool com água, evitar bebidas em jejum e manter alimentação equilibrada. A moderação é apontada como a principal forma de proteger o fígado durante as comemorações.


