Em nova determinação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu os suplementos Prosatril, Erenobis e Óliver Turbotril. Os produtos usados para ganho de foco e energia no dia-a-dia, são comercializados e anunciados sem registro, notificação ou cadastro da Anvisa. A determinação foi publicada na última terça-feira (02/12), no Diário Oficial da União (DOU).
O suplemento Erenobis possui ainda a planta Pereskia aculeata (ora-pro-nóbis) na composição como ingrediente, cujo uso é proibido. A comercialização, distribuição, fabricação, importação, divulgação e o consumo desses três suplementos estão proibidos.
Segundo a Vigilância Sanitária, em abril de 2025 a planta ora-pro-nóbis foi proibida em suplementos alimentares, com base na falta de evidências que comprovem a sua eficácia e segurança. Os produtos Prosatril e Erenobis são fabricados pelas empresas Ms Comércio de Produtos Naturais Ltda. Já o Óliver Turbotril é fabricado pelo Instituto Oliver Cursos Preparatórios Ltda.
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O médico Vinícius Carlesso, especialista em Clínica Médica e Cardiologia, explica que o consumo excessivo da planta pode causar desconfortos gastrointestinais, como gases, diarreia e distensão abdominal. Entenda o que diz o especialista sobre consumo da planta ora-pro-nóbis.
Contraindicações
Na avaliação do cardiologista e clínico geral, a ora-pro-nóbis é “geralmente segura”. Mas o grupo das pessoas que a ingestão da planta não é recomendada integra quem tem histórico de cálculos renais em função do conteúdo de oxalatos.
“O excesso de oxalatos presentes na planta pode prejudicar a absorção de minerais, como cálcio e ferro, aumentando o risco de formação de cálculos renais em indivíduos predispostos”, justifica.
Conforme o especialista esclarece, indivíduos com condições intestinais inflamatórias ou sensibilidade a fibras insolúveis devem consumir o alimento com moderação como forma de evitar irritação no trato intestinal.
Reações alérgicas
Embora seja raro, algumas pessoas podem ser alérgicas à ora-pro-nóbis. Segundo o médico, os sintomas incluem coceira; vermelhidão na pele; inchaço nos lábios ou língua; dificuldade para respirar; e, em casos graves, anafilaxia.
“Caso qualquer sintoma de alergia seja identificado, o consumo deve ser suspenso imediatamente, e um médico deve ser consultado”, orienta Vinícius Carlesso.
Reações medicamentosas
Como tem alto teor de fibras, a planta tende a interferir na absorção de determinados medicamentos. O cardiologista cita os suplementos de ferro, cálcio e zinco, além de fórmulas que exigem absorção intestinal específica, como o levotiroxina e alguns antibióticos.
“É recomendável consumi-la em horários diferentes (pelo menos, com duas horas de intervalo) desses medicamentos para evitar interação”, sugere o especialista. Ele aconselha consultar um médico ou farmacêutico antes de introduzir novos alimentos na dieta durante tratamentos medicamentosos.
Dicas de higienização da ora-pro-nóbis
O especialista Vinícius Carlesso, ressalta que a higienização adequada é fundamental para consumo do alimento. “Recomenda-se lavar as folhas em água corrente, removendo sujeiras visíveis e, em seguida, deixá-las de molho em uma solução de água com hipoclorito de sódio, sendo uma colher de sopa para um litro de água”, salienta o médico.
Vinícius pontua que a ora-pro-nóbis deve ficar na solução por cerca de 15 minutos. Ao término do período, deve-se enxaguar bem as folhas da planta em água corrente antes do consumo.


