As Mulheres que apresentam ciclo menstrual irregular têm maior probabilidade para desenvolver problemas de pele, como acne, Melasma e manchas. A relação entre as oscilações hormonais e as alterações cutâneas foi comprovada por estudo publicado no British Journal of Dermatology, que analisou mais de 17 mil mulheres em 20 países.
Segundo a dermatologista e professora da Afya Educação Médica de Manaus, Anne Amaral, a variação de hormônios como estrógeno, progesterona e andrógenos interfere diretamente na produção de sebo e no processo inflamatório da pele. A instabilidade hormonal observada em ciclos irregulares pode intensificar quadros de acne, manchas escuras e ressecamento. A especialista orienta cuidados integrados com acompanhamento de ginecologista e dermatologista.
“O aumento da progesterona e o predomínio dos andrógenos favorecem a produção de sebo, o que estimula processos inflamatórios e leva ao aparecimento de acne, especialmente na região inferior do rosto. Quando a acne não é tratada, há maior risco de manchas e escurecimento da pele”, afirma.
Além da acne, a pesquisa identificou maior incidência de melasma e sensibilidade cutânea em mulheres com ciclos irregulares. Anne Amaral ressalta que o mesmo padrão acontece nos seus atendimentos, com suas pacientes. “Mulheres em idade fértil apresentam acne e melasma com mais frequência, muitas vezes associados ao uso de anticoncepcionais. Já rosácea e ressecamento são mais comuns em pacientes no período da menopausa, quando há queda hormonal significativa”, explica.
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Para a professora da Afya, os hormônios instáveis influenciam diretamente os melanócitos, que passam a produzir pigmento de forma excessiva, agravando assim o melasma e o escurecimento de regiões como axilas e virilhas.
“Os desequilíbrios hormonais, combinados à exposição solar sem proteção diária, intensificam ainda mais o aparecimento de manchas. Por isso, o acompanhamento com dermatologista e ginecologista é considerado essencial, sobretudo em casos persistentes de irregularidade menstrual”, comenta.
Tratamento
A dermatologista Anne Amaral destaca que o tratamento varia de acordo com o problema apresentado. Para acne, o uso de ácido salicílico, protetor solar e, em casos selecionados, medicações, ajudam a reduzir a produção de sebo e controlar inflamações.
No melasma, ela indica fotoproteção rigorosa, clareadores tópicos e a redução de fatores pró-inflamatórios, que incluem exposição solar e alimentação adequada.
Anne Amaral também ressalta que hábitos de vida interferem diretamente no quadro dermatológico. A obesidade, por exemplo, está associada à piora de melasma, acne e outras alterações, pois favorece edema e inflamações.
Para pacientes com rosácea ou pele ressecada, especialmente na menopausa, são indicados produtos específicos para peles sensíveis e hidratantes com ácido hialurônico. “A rotina de cuidados precisa considerar atividade física regular, alimentação equilibrada e acompanhamento profissional contínuo”, completa.


